Antonietta Varlese, VP da AccorHotels: “nosso trabalho é reconhecido pelas comunidades locais”

Continua depois da publicidade
REDAÇÃO DO DIÁRIO –

A VP Comunicação e Sustentabilidade da AccorHotels para a América do Sul Antonietta Varlese conversou com o DIÁRIO e adiantou várias novidades a respeito das ações de sustentabilidade que o grupo hoteleiro vem desenvolvendo no Brasil e na América do Sul.

De acordo com Antonietta, o projeto Plant for the Planet tem alcançado um sucesso incontestável pois beneficia toda uma cadeia produtiva, que começa na economia de água e energia nos hotéis (quando o hóspede pendura a toalha ao invés de deixá-la no chão para lavar), oferece conscientização ecológica aos participantes e termina no reflorestamento de áreas até então degradadas na região da Serra da Canastra, em Minas Gerais. “É incrível, após três anos, podemos ver uma árvore de três metros de altura em uma antiga região degradada. Isso é muito positivo, pois levamos até lá as camareiras, governantas, gerentes, conscientizando-as sobre a seriedade do projeto“, afirma Antonieta ao DT, nesta entrevista. A executiva fala também da nova frente de trabalho, no Alto do Huayabamba, na amazônia peruana, onde já foram plantadas mais de 30 mil árvores, o equivalente a 30 hectares: “É um privilégio termos esse projeto, tanto no Brasil, quanto no Peru o que mostra que nosso trabalho é sério e reconhecido pelas comunidades locais“, afirma Varlese.  Acompanhe abaixo, a entrevista, dividida em tópicos:

Cinco toalhas penduradas = uma muda plantada

De forma geral, a cada cinco toalhas economizadas equivalem a uma muda plantada. É uma equação matemática. Contamos com o quanto foi executado de lavagem e quantas diárias foram vendidas. Do montante que foi gasto para lavar, retiramos 50% e fazemos a doação para a Associação Nordesta, que faz a parte prática, no campo. Então, é um processo feito pelas equipes de operação dos hotéis. Nós fazemos o aporte duas vezes por ano.

Veja também as mais lidas do DT

A Associação compra sementes, mantém os viveiros e faz o plantio (Foto: DT)
A Associação compra sementes, mantém os viveiros e faz o plantio (Foto: DT)

Os hotéis fazem um pagamento, em julho, do montante do primeiro semestre, e depois nós fazemos o pagamento do segundo semestre para a Associação, que atua na Serra da Canastra, em Minas Gerais, que faz a compra de sementes, mantém os viveiros, e os processos de plantio.

Temos trabalhado fortemente na comunicação através de vídeos de como era antes e como está agora, por exemplo, para que o cliente, os hóspedes e os próprios colaboradores se conscientizem cada vez mais da importância da economia de bens naturais, água, energia, combustível, etc. São ações simples e que estão ao nosso alcance, como a economia das toalhas, algo que fazemos de forma muito natural, em casa.

Pur Project audita

O reflorestamento também é um compromisso com nossos acionistas

Nós temos uma outra área do Alto do Huayabamba, na amazônia peruana. A região, próxima a Cusco, era utilizada no plantio da monocultura da folha da coca. Então, foi feito um projeto de agroturismo muito interessante. Diferentemente ao Brasil, onde fazemos reflorestamento, lá eles plantam cacau e vendem o produto, e o processo faz retornar a flora nativa.  Lá, só a Accor tem quase 35 mil mudas de árvores já plantadas. O que é algo bacana, pois cria a conscientização dos hóspedes que recebemos no Peru, pois eles percebem que nós reutilizamos as toalhas, influenciando-os a participar.

No Alto do Huayabamba, na amazônia peruana ocorre o plantio de mudas de cacau, que beneficia a comunidade (Foto: Acervo AccorHotels)
No Alto do Huayabamba, na amazônia peruana, ocorre o plantio de mudas de cacau, que beneficia a comunidade (Foto: Acervo AccorHotels)

Este processo é todo auditado e precisa seguir um padrão da ONG de Paris, a Pur Project Project que audita todos esses processos. O reflorestamento também é um compromisso com nossos acionistas. Nosso objetivo global é um compromisso de ter até 2020, 10 milhões de árvores plantadas através do programa Plant For the Planet. Temos um compromisso agressivo, tendo em vista que já temos metade dessa quantidade e as zonas que temos na nossa região nos fazem muito felizes. É um privilégio termos esse projeto, tanto no Brasil, quanto no Peru o que mostra que nosso trabalho é sério e reconhecido pelas comunidades locais.

Agricultores agora fazem fila

No Brasil, por exemplo, muito dos agricultores e donos das terras tinham dúvidas em 2008 – quando começamos –. Eles chegaram a pensar que podíamos tomar as terras deles. Ficaram, num primeiro momento, com medo de participar do projeto, o que hoje é ao contrário. Eles fazem fila para poderem participar e assim, permitem que entremos em suas áreas e façamos o reflorestamento. As árvores a cobertura vegetal natural voltam, os pássaros voltam, tudo acaba retornando. O último proprietário que ajudamos conseguiu fazer com que o lençol freático retomasse o que abastece todos os animais e rega com essa água do reflorestamento com os animais. Trabalhamos com 230 nascentes da região da Serra da Canastra.

As árvores a cobertura vegetal natural voltam, os pássaros voltam, tudo acaba retornando (Foto: DT)
As árvores e a cobertura vegetal natural voltam, os pássaros voltam, tudo acaba retornando (Foto: DT)

Importância da Associação Nordesta

É incrível, após três anos, podemos ver uma árvore de três metros numa região antes degradada

O trabalho de campo é feito pela Associação Nordesta, através de contrato de utilização daquela área para o plantio e o produtor basicamente não paga nada, apenas libera a área. Dessa maneira, a Nordesta vai lá com os recursos que oferecemos e faz toda a parte do plantio e replantio de mudas. Todo esse trabalho acontece pela grande participação da ONG Nordesta, dando todo o apoio local e com o comando da Neusa Falco, executiva à frente da ONG. É incrível, após três anos, podemos ver uma árvore de três metros numa região antes degradada. Isso é muito positivo e queremos que as pessoas vejam que realmente utilizamos a verba para esses fins, levando camareiras, gerentes ao local, profissionais que estão mais próximas desse processo sustentável e conscientizando-as sobre a seriedade do projeto. Desde 2009, já foram plantadas 500 mil mudas de mais de 100 espécies nativas da região, reflorestando 278 hectares nas bacias dos rios São Francisco, Araguari e Rio Grande, equivalente a cerca de 38 campos de futebol.

"Levamos colaboradores, profissionais que estão mais próximas desse processo sustentável, conscientizando-as sobre a seriedade do projeto (Foto: AccorHotels)
“Levamos colaboradores, profissionais que estão mais próximas desse processo sustentável, conscientizando-os sobre a seriedade do projeto (Foto: AccorHotels)

 

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade