Calendário de eventos do município. Quebrando a sazonalidade (parte 2)

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por Eduardo Mielke*

 

Chega feriado e a Cidade enche. E férias? Enche também. E o resto do ano?? Pois é…Não há nada mais danoso à atividade turística do que a sazonalidade. Além do empresário não conseguir manter o seu quadro funcional, quando consegue é a qualidade que fica prejudicada. Este desequilíbrio faz com que recepcionista de hotel vire ocupação e não emprego…

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Então vamos lá, na prática em 4 tempos…

 

PRIMEIRO – EVENTOS EM MELHOR DATA. Faça um mapa anual dos eventos e veja com os empresários da hotelaria e restauração quais são as piores semanas no ano. Cruze as datas. É por aí que seu trabalho começa. Discuta no COMTUR se é possível, por exemplo, a realocação da datas dos eventos tradicionais em algumas semanas. Evite coloca-los junto a feriados. Nestas datas as pessoas já viajam mesmo, e a competição com outros Municípios será maior. Saia da curva. Se você é Secretário de Turismo e me lê, se uma nova proposta de evento vier a ti, olhe para aquelas semanas ruins e articule para que a realização ocorra quando a Cidade estará historicamente vazia.

 

SEGUNDO – CONTINUIDADE. Não importa qual é a temática do evento, sempre dê preferência àqueles que terão a chance de acontecer novamente, sempre na mesma época do ano. Para os de mercado (como exposições ou feiras) e os festivais isso é vital. A Cidade e o mercado devem se programar. O Calendário de Eventos deve ser contínuo, repetindo os eventos ano após ano, por um prazo não menor do que 5 anos. Este é o tempo necessário para que a sua Cidade comece a fazer parte do imaginário, do mercado propriamente dito.

 

Será mesmo que devem ser as prefeituras as grandes patrocinadoras-financiadores dos eventos?

 

 

TERCEIRO – TEMAS + CRESCIMENTO DA ECONOMIA LOCAL. Para o SIMTUR o Calendário de Eventos só tem sentido se ele estiver mostrando o que a sua Cidade tem de melhor. Me refiro ao que ela produz economicamente: De Boné a Sanfona. Isso sem falar do patrimônio cultural. Identifique-os, estudando estes mercados. Verifique os melhores datas para não conflitar com eventos que ja ocorrem em outros lugares. Objetive a geração de novos negócios para estes setores econômicos ao mesmo tempo que cria uma marca para sua Cidade, tendo a possibilidade de quebrar a sazonalidade.

 

QUARTO – LOCAL + LOCALIDADE = TUDO! Em todos os seus eventos os componentes e manifestações culturais devem SEMPRE estar presentes. Além do resgate e valorização destas manifestações é o orgulho do Cidadão, que você estará olhando. Se você acha que isso não tem tanta importância, vamos pelo argumento técnico. Todos eles são elementos que ajudam na construção do imaginário que contribui fortemente à competitividade da sua Cidade. E de quebra, sua Cidade ganhará um nome no mercado turístico. Isso facilita a revenda para eventos e turistas.

 

Na próxima quinzena, na PARTE III (e última) discutiremos o financiamento do Calendário de Eventos em um ambiente de recursos quase que escassos….o que é normal para muitas Prefeituras. Aliás, será mesmo que elas é que devem ser as grandes patrocinadoras-financiadores dos eventos?

 

Dúvidas? Esclarecimentos?? Escreva por aqui, ou me envie um inbox na fanpage do Facebook!

Abr,

 

*Eduardo Mielke é Dr. em Turismo pela Universidade de Málaga e escreve toda quinzena sobre Gestão&Política de Turismo no Município.

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