Eventos e Turismo – por Bayard Do Coutto Boiteux*

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É sempre bom lembrar que eventos, como forma de atrair novos turistas de negócios ou de lazer  não podem ser confundidos com atividades de lazer para o entretenimento da população local, como shows aleatórios em praças públicas

Os gestores públicos, ao assumirem suas pastas na área de turismo preferem anunciar projetos totalmente fora da realidade do que se cercar de profissionais da área, conhecer melhor as empresas ou secretarias onde vão atuar e, sobretudo, aproveitar a “prata da casa” e não iniciar sua administração trazendo quadros externos. Alfredo Laufer, por exemplo, quando foi presidente da Riotur, nomeou para a diretoria funcionários de carreira da própria empresa e além de dar prosseguimento a projetos exitosos que já existiam, buscou no público interno apoio decisivo e sugestões para uma nova politica pública municipal de turismo. Deu certo e ficou como um case na história da administração pública, assim como Roberto Gherardi que presidiu a Turis-Rio.

Uma empresa de turismo ou uma secretaria não podem, de forma alguma, confundir turismo com eventos e querer introduzir modificações no que está dando certo. É sempre bom lembrar que eventos, como forma de atrair novos turistas de negócios ou de lazer  não podem ser confundidos com atividades de lazer para o entretenimento da população local, como shows aleatórios em praças públicas.

Não é a vontade politica de um prefeito de criar  12 eventos por ano que vai resolver a situação de uma localidade.

Um calendário de eventos se constrói ao longo da caminhada turística de uma cidade e vai aos poucos servindo para consolidar a imagem da mesma nos mercados nacionais e internacionais. Eventos demandam planejamento, avaliação junto com o trade turístico e a população anfitriã. Não é a vontade politica de um prefeito de criar  12 eventos por ano que vai resolver a situação de uma localidade. Seria muito mais fácil se pudesse sistematizar tudo que já existe e procurar uma forma de apoiar tais atividades ou no máximo introduzir 1 ou 2 novos como forma de testar sua viabilidade, após o estudo sugerido acima.

Por outro lado, devem ser criados conventions bureaux quando não existirem e ali serem trabalhadas as captações de grandes congressos que ajudem numa nova visão da cidade. É o que faz muito bem o RCVB, que deveria ser um dos braços da atual administração do Rio, por sua força laboral e competência mostrada até agora, se utilizando da room tax ou taxa de turismo, que  sempre existiu em nossa cidade e ajudou muito o RCVB, embora fosse um gentleman agreement com a hotelaria. O ideal é que as prefeituras  criem um  fundo municipal de turismo gerido pelo conselho municipal de turismo, que pode ser sim um fórum de investimentos efetivos em promoção, material promocional e capacitação, além de controle de qualidade, atividades precípuas de uma administração municipal. Sinceramente, o ideal é fazer como Cesar Maia, que criou uma subsecretaria de eventos subordinada ao seu gabinete para desvincular tal função de outras entidades de turismo oficial.

Enfim são algumas considerações coloco em discussão…
Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, pesquisador, vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e presidente do Portal Consultoria em Turismo (www.bayardboiteux.com.br)
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