Foz do Iguaçu: ver, fotografar, falar e ficar rico

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Por Paulo Atzingen*

Confesso que cada vez que as vejo é diferente. Elas são magnéticas, fluídicas e atraem como imã. Primeiro espantam, faz soltar a língua depois nos calam. Os turistas chineses dizem: Ohhh!; os americanos wonderful!; os brasileiros: caramba!. Trata-se de um sentimento internacional de estupefação, uma unidade planetária de beleza e força … Dessa última vez, o dia estava perfeito para vê-la, falar e calar.

Um dia azul enxertado com o ouro amarelo do sol.

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Como os grandes monumentos naturais e alguns construídos pelo homem, as Cataratas têm um papel fundamental no mundo moderno, impregnado de fragmentação, vidas portáteis e tagarelices. Machu-Pichu, Galápagos,  Amazônia entre outras belezas, integram esse rol. Nesses lugares, todos olham, fotografam, falam e calam, nessa ordem.

Aqui, as Cataratas do Iguaçu provocam uma contemplação instantânea de quem as vê e instiga o silêncio.

Elas são pura energia, elas são beleza pura, elas são a pura expressão do Todo! Os milhões de metros cúbicos de água que despencam lá do alto explodem na base da cachoeira e criam um halo de cores incompreensível…

Aqui, as Cataratas do Iguaçu provocam uma contemplação instantânea de quem as vê e instiga o silêncio.

E essas cores tanto nos preenchem de satisfação como nos incomoda, por isso, falamos diante dela, por isso gritamos, cantamos por isso, fotografamos por isso, oramos por isso quando estamos diante dessa imensa fábrica de…sentimentos… 

Mas, além do espetáculo e da alegria que elas imprimem em nosso coração, elas também impõem respeito e medo. Sua força titânica nos inibe e nos coloca no insignificante lugar de expectadores. Ela deixa de ser muitas e passa a ser uma. Ela É.

E está ali, há milênios, urinando espuma, pulverizando suas gotículas sobre nossos rostos espantados, eclipsando o dia…

Essa fábrica de impressões produz arco-íris de vários tipos e tamanhos. Hoje, em Foz, um deles completava em si mesmo a trajetória daquilo que achávamos impossível: um arco-íris circular. Se no fim dessas rotas de luzes existir mesmo um tesouro, como diz a lenda, quando não existe um fim, o tesouro já o é.

Aqueles que estiverem no centro, estarão ricos.

* Paulo Atzingen é jornalista

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