O Nepal, o Turismo e o Terremoto – Bayard Do Coutto Boiteux*

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Tenho um apreço grande pelo Nepal, pelo povo nepalês, guerreiro, que sofreu muito nas mãos da ditadura Real e que passa por um clima de destruição e tristeza em função do terremoto, que afetou oito milhões de pessoas, mais de um quarto da população. O país asiático, que tem uma das maiores densidades demográficas do mundo, vive basicamente do turismo e da agricultura.

Visitei o Nepal por duas vezes e a última foi em 2011, quando tive a oportunidade de vivenciar uma nova era de democracia e como budista, a beleza de um santuário, que tem nos monastérios e seus monges, uma paz celestial, que encontramos em poucos locais. Cerca de 500 mil nepaleses trabalham direta ou indiretamente com o turismo, sendo que o país recebe 800 mil pessoas por ano.

Embora a infraestrutura do país seja precária, tanto das estradas como do aeroporto de Catmandu, onde homens e mulheres embarcam por portas diferentes e que pode receber poucos aviões, não me lembro de ter visto um país tão colorido com gente amável e feliz. Há uma estimativa de que os prejuízos podem chegar à metade do PIB, ou seja 20 bilhões de dólares. Tudo é muito barato e os serviços hoteleiros e de guias são de ótima qualidade.

A solidariedade internacional surge rapidamente, sobretudo por parte de países que possuem turistas e que querem mostrar ajuda a seus nacionais também

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A solidariedade internacional surge rapidamente, sobretudo por parte de países que possuem turistas e que querem mostrar ajuda a seus nacionais também. Conversei ontem com um amigo nepalês que me disse que os estrangeiros que passavam férias estão ajudando de uma maneira nunca vista. E que o Nepal será eternamente grato.

Outrossim, quase que 80% das áreas atingidas tem no turismo sua principal fonte de sobrevivência, o que deixa ainda mais desesperadas as autoridades locais, que não estavam preparadas para uma calamidade assim.

Com parte do seu acervo cultural destruído, é preciso pensar em salvar vidas e procurar nos escombros, com a ajuda dos cães farejadores que chegaram da França, os sobreviventes mas aos poucos as possibilidades vão se esgotando. O Brasil, até agora, não fez nenhuma ação de ajuda efetiva, o que nos entristece.

Em  meio de tantas noticias desencontradas, gostaria que o mundo rapidamente mostrasse sua cara e de alguma forma entendesse que não estão salvando apenas um país mas um patrimônio da humanidade com um povo cheio de felicidade.

*Bayard Do Coutto Boiteux é presidente do Site Consultoria em Turismo,vice-presidente da Associação dos Embaixadores de Turismo do Rio e gerente de Turismo do Preservale.(www.bayardboiteux.com.br)

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