O Rio de Janeiro pede socorro – por Bayard do Coutto Boiteux

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por Bayard Do Coutto Boiteux* 

A cidade do Rio de Janeiro volta a figurar nas manchetes do Brasil e do mundo, pelos sucessivos problemas de segurança urbana, que se avolumam sem solução e quando a imprensa descobre, as autoridades respondem com respostas evasivas e prometem resolver as situações, que já deveriam ter sido sanadas há muito tempo.

As UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) se encontram numa crise nunca vista: projeto pioneiro que ajudou na melhoria de qualidade da população de algumas comunidades violentas volta a ter confrontos com mortes de crianças inocentes e traz medo para moradores. Verifica-se que infelizmente o projeto não veio acompanhado de medidas de integração laboral, novas formas de entretenimento para os jovens e sobretudo preparo daqueles que vão ali trabalhar. A policia militar não pode resolver sozinha, nas condições precárias inclusive que são colocadas à sua disposição, para trabalhar, vide imagens mostradas no Fantástico, no ultimo domingo.

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Não adianta falar o tempo todo em “capacitação”, se não há investimento efetivo na infreaestrutura das unidades, dos carros e das armas. A segurança não é prioridade nas políticas publicas do Rio, excetuando quando da realização de grandes eventos esportivos ou o Reveillon ou ainda o Carnaval. Não podemos continuar com a falta de vontade política de resolver a situação limite a que chegamos, sem priorizar o elemento humano ou seja o próprio policial também. Recentemente, policiais pediram ajuda ao Ministério Publico pois eram alocados em comunidades, sem nunca terem tido treinamento para atuar em tais locais e ainda com pouca habilidade para o uso do armamento que se faz necessário.

Queremos paz, paz para não ser assaltado dentro dos vagões do metrô ou ainda quando estivermos fazendo compras em um shopping ou simplesmente quando estivermos voltando para casa, num transporte público de péssima qualidade, que não deixa de violentar também nossa cidadania.

Queremos que as associações de classe de turismo passem a fazer denuncias e mostrar que o Rio passa por uma das maiores crises do Receptivo, sobrevivendo graças a turistas nacionais, que agora também começam a ter medo

Precisamos nos manifestar, de forma respeitosa mas exigindo que a segurança faça parte do projeto prioritário brasileiro e carioca. O governo federal que cria tantas parcerias e gasta tanto dinheiro na construção de elefantes brancos, como os estádios deixados pela Copa poderia melhor dimensionar sua atuação.

Sim, estamos pedindo socorro e respeito. Queremos que as associações de classe de turismo passem a fazer denuncias e mostrar que o Rio passa por uma das maiores crises do Receptivo, sobrevivendo graças a turistas nacionais, que agora também começam a ter medo. Que os cariocas realizem manifestações, como fizeram de forma ordeira, os moradores do Complexo do Alemão. É o momento de exigir daqueles que nos representam nos parlamentos trabalho efetivo e não assistência social.

Queremos um Rio que respeite seus moradores e forneça um mínimo de segurança, necessária para nossa sobrevivência e a educação de nossos filhos.O Rio Não pode ser manchado de lama como volta a ser por falta de priorização da segurança.

Rio, quero te ver sorrindo novamente, de braços abertos para receber os turistas, como o Corcovado simboliza nossa receptividade mas também nos protegendo das balas perdidas e da tristeza que invade nossos corações.

Bayard Do Coutto Boiteux é vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do Rio de Janeiro, professor universitário, pesquisador e preside o Site Consultoria em Turismo.(www.bayardboiteux.com.br)

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