Secretarias municipais de Turismo: última peça do xadrez político?

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Série Sistemas Municipais de Turismo (SIMTUR): secretário municipal de turismo: primeiro passo para uma carreira ou é o que sobrou do xadrez político?

Parte I – Introdução.

Dentro da dinâmica partidária, dificilmente uma legenda irá colocar bons quadros em secretarias que administram poucos recursos, como as de Turismo. E neste âmbito, apostas de futuros políticos dos colegiados de base se traduzem em alocarem-se justamente nestas pastas.

A conta é simples, se por um lado o risco é menor, por outro o aprendizado é o que mais importa na formação destes indivíduos. Por isso é tão normal você ver filhos de políticos e apadrinhados surgindo como secretários. É um investimento barato, com a possibilidade de uma carreira melhor. E “cá pra nós” não é numa sala de aula que se aprende os meandros do Poder Público, não é mesmo?

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Sabe aquele nojo que as pessoas sentem da política? Acordo é acordo. Respeita-se, senão o governo já começa errado. E diante da crise de recursos que certamente chegará com força nas prefeituras, ninguém quer desgastes desnecessários, não é mesmo?

E neste jogo, há o xadrez político. Nunca se esqueça que ninguém é eleito sozinho. Os acordos feitos pelo seu atual prefeito precisam ser cumpridos. Foram compromissos de campanha assumidos e que após a vitória, precisam ser concretizados. A conta é cobrada mesmo! E a forma de pagamento são os cargos. E se não há em quantidade para todos, cria-se. Não é a toa que muitas secretarias de Turismo são criadas ou desmembradas de outras para justamente acomodar esta complicada dinâmica da base de governo.

Conforme a importância da atividade turística na constituição da economia local, esta realidade pode variar de cidade para cidade. Mas via de regra, são poucas os municípios em que Turismo faz de fato a diferença. É preciso existir um conjunto de fatores para isso. São poucos os municípios onde a atividade turística é percebida pela sociedade como algo nobre, gerador de emprego e renda em números consistentes. Estes números, aliás, quase nem existem! Daí fica difícil, né?

Diante do exposto, a resultante é quase certa que teremos gestores de turismo inexperientes, tanto na arena política e/ou técnica, entendendo tanto de Turismo e Gestão Pública, como eu de Física Pentaquântica. Basta continuarmos na retórica do que “é o que temos para hoje”. Chega. É preciso olhar para esta histórica situação de uma vez por todas, e saber lidar com ela. Do contrário, não reclame se o Secretário de Turismo juntar todo mundo e anunciar daqui a seis meses que está sem dinheiro ou que não tem prestígio. Isso já me cansei de ouvir.

Os próximos textos do Blog de Capacitação Política de Turismo trarão a continuação deste assunto, dando sugestões e orientações de como ter oportunidades em meio a esta realidade. Não percam!

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