Bahrein: um destino surpreendente

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*Por Bayard Do Coutto Boiteux

Sempre interessado em conhecer novos destinos turísticos, resolvi incluir em minha ultima viagem o Bahrein.
Já estava na região e resolvi buscar maiores informações sobre um país ainda desconhecido dos brasileiros.
A Embaixada do Brasil no Kwait, que tem jurisdição sobre aquele pequeno país – e que devo confessar, está se estruturando muito bem para receber turistas estrangeiros. Resolvi usar uma companhia low cost da região, denominada Jazeera Airways.

Cheguei ao aeroporto da Cidade do Kuwait com duas horas de antecedência e os procedimentos de check-in e controle de passaporte foram rápidos e gentis. Depois do check-in,o passageiro deve levar as malas para um outro balcão, onde passa por nova supervisão e finalmente despachada.

Estávamos em pleno Ramadã, mês em que os muçulmanos fazem jejum durante o dia e é proibido comer em publico.

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Fiquei um pouco confuso com os portões de embarque mas acabei achando. A tripulação nos recebeu com uma bebida láctea e tâmaras.

Pela primeira vez, vivenciei num voo, uma oração em árabe antes da saída. Eram louvores islâmicos pedindo proteção para a viagem, chamada de oração da viagem

Pela primeira vez, vivenciei num voo, uma oração em árabe antes da saída. Eram louvores islâmicos pedindo proteção para a viagem, chamada de oração da viagem. O voo de apenas 50 minutos teve novo serviço de bordo e free shopping. A tripulação falava inglês e árabe e era muito profissional.

Ao chegar, me dirigi para um balcão para fazer o câmbio. A moeda local é muito valorizada:1 BHD equivale a aproximadamente 2,65 USD. Troquei os primeiros 100 dólares e me dirigi para o balcão de concessão de visto.
O visto é concedido na chegada, para brasileiros. O procedimento não dura nem 10 minutos e custa 5 BHD para um visto de turista de 15 dias. Previamente, se preenche um formulário de entrada do qual são retiradas as informações para o visto. O Brasil bem que poderia implantar tal formato para turistas estrangeiros.

Minha mala já estava na esteira e me dirigi para a saída verde (aquela em que não temos nada a declarar). Do lado externo, já me aguardava o motorista do hotel, com um cartazete com meu nome. Rapidamente, chegamos ao Sea Shell Hotel, que havia reservado pelo Airbnb. Eles providenciam os tranfers com  um adicional de 7 BHD.

É um hotel simples mas com wifi funcionando bem, quarto limpo com água quente e staff muito agradável.

Minha primeira descoberta em Manama, a capital do Bahrein, onde estava hospedado, foi o Hard Rock Café. Já visitei quase todos no mundo mas faltava o do Bahrein. De táxi, que me custou 3 BHD do hotel, cheguei rapidamente. Estava vazio e não podia servir nenhuma bebida alcoólica por estarmos no período do Ramadã.
Tomei um coquetel sem álcool que achei péssimo e comi um hambúrger vegetariano que adorei. Fui então visitar a loja e tudo era bem caro: comprei uma camiseta, um boné e um chaveiro por USD 110.

Voltei para o hotel e só me restava o dia seguinte para conhecer o Bahrein. Entrei então em contato com a operadora Visit Bahrein que tem um chat 24 horas e solicitei um tour de dia inteiro. Eles me disseram que seria quase impossível mas que tentaria incluir o maior número de atrações e que o serviço seria providenciado em carro privativo com guia e motorista, por 50 BHD (o valor do tour de dia inteiro em ônibus normal).

No dia seguinte, tomei meu café no quarto, por um adicional de 2 ,35 BHD denominado oriental e desci para esperar o tour. No horário previsto, 8h40min, estava o carro me esperando com minha guia, Ayat Alhabib. Era uma jovem local, professora de árabe e que tinha também feito a formação em guia de turismo na Universidade do Bahrein.

Tour

Começamos visitando o Museu do Bahrein, que conta a história do país e tem uma parte muito interessante sobre os costumes locais. Foi uma verdadeira aula da guia, muito atenciosa e falando um inglês perfeito. Partimos então para o deserto. No caminho, passamos pelo Bahrain World Trade Center e avistamos as construções modernas.
Nossa nova parada foi nas ruínas encontradas no deserto e fomos então visitar os campos de petróleo. Em seguida, paramos na Fazenda de Camelos que pertence ao Principe herdeiro, filho do atual Rei, o qual tem três mulheres, o que legalmente é possível naquele país. Diferente de Dubai, por exemplo, os nativos trabalham em tarefas operacionais como taxistas ou ainda vendedores. Há um grande número de estrangeiros oriundos de países como a Índia ou Bangladesh, para citar apenas alguns, mas que recebem salários diferenciados (mais baixos do que aqueles pagos aos cidadãos de Bahrein).

Paramos na fazenda de Camelos que pertence ao príncipe herdeiro (Foto: Bayard Boiteux)
Paramos na fazenda de Camelos que pertence ao príncipe herdeiro (Foto: Bayard Boiteux)

Dali, seguimos para uma reserva ecológica: Al Arren Wildlife Park e chegamos finalmente ao Circuito Internacional de Fórmula 1 do Bahrein, onde pudemos visitar os bastidores. Já haviam se passado umas 3 horas e a guia disse que iriamos voltar. Questionei que o combinado era um dia inteiro e que o almoço inclusive estava incluído na descrição do folheto e que queria visitar a grande mesquita Al Fateh e o souk e que sinceramente fazia jus a um desconto. Ayat, minha guia, entrou em contato com a empresa e resolveram além do desconto me levar para a Mesquita Al Fateh. Que beleza de templo religioso e totalmente pronto para receber turistas, inclusive com roupas especificas emprestadas gratuitamente para o tour e material em inglês sobre Islamismo. Muito bem organizado, bem diferente da Grande Mesquita do Kuwait.

Voltamos então para o hotel e fiquei feliz embora tivessem faltado o souk e as casas de Muharrak.

No horário previsto, desço para o transfer para o aeroporto, que já havia sido acertado. Embora o hotel estivesse vazio, cobraram 5 BHD de late check out.

Educar para o turismo é viajar para destinos não convencionais e melhorar nossa percepção do mundo

Faço check in na Fly Dubai para Dubai, onde no dia seguinte volto para o Rio de Janeiro com a Emirates.
A bagagem foi despachada diretamente para o Rio….

Educar para o turismo é viajar para destinos não convencionais e melhorar nossa percepção do mundo.

**Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, pesquisador e atualmente vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ. (www.embaixadoresdorio.com.br)

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