Capacitar, capacitar, sempre capacitar

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por Bayard Boiteux*
Um dos problemas que mais afeta o turismo no Brasil é a falta de capacitação. Poucas são as empresas que entendem a importância da mesma, para não só melhorar a  prestação de serviço e por conseguinte satisfazer o consumidor final, mas, sobretudo, buscar um desempenho sustentável, do ponto de vista econômico e social. Vejo, com tristeza, como a mão de obra vem sendo substituída por estagiários, como forma de reduzir custos operacionais e assim desvirtuando totalmente o conceito e legislação de estágio. O “capacitar” é um dos melhores investimentos que deve constar dos planos de curto e médio prazo. Trata-se da solução para humanizar as empresas e reverter o processo de crescimento negativo, buscando um fortalecimento das habilidades individuais e do trabalho em grupo.
Por outro lado, o ensino do Turismo passa por uma crise nunca vista, já que os salários do chamado trade turístico são baixos, muitas empresas familiares sem plano de carreira e visão de futuro, além de grades curriculares repletas de incongruências, objetos de exigências legais e a falta de docentes, já que a profissão atrai poucos e o ritmo de trabalho não proporciona muitas vezes, tempo para lecionar.
As associações de classe devem se responsabilizar pela qualificação de seus associados, sobretudo da constante reciclagem e não se limitar a treinamentos pontuais. O próprio Ministério do Turismo precisa se preocupar com tal fato e não escrever artigo, como hoje publicado em jornal de grande circulação no Rio, pelo atual ministro, se vangloriando de ter treinado dez mil pessoas para as Oliimpiadas. Parece até uma brincadeira. Cabe, talvez aos governos municipais e estaduais, a criação de conselhos de assessoramento ao ensino do turismo,que possam criar programas a médio e longo prazo,com a participação de entidades que possuem muitos recursos financeiros no âmbito do sistema S, por exemplo.
Muitos empresários são prepotentes e se acham altamente capazes de enfrentar o mercado competitivo sem cursos de extensão e pós-graduação
Muitos empresários são prepotentes e se acham altamente capazes de enfrentar o mercado competitivo sem cursos de extensão e pós-graduação. Não mestrados e pós -teóricos, com professores defasados e cansados que algumas instituições de ensino vem desenvolvendo mas um real modelo que misture técnicas empreendedoras, estudos de caso e a teoria que se faz necessária para o setor. Acabou a era das empresas em que se entrava como boy e se tornava diretor no final da carreira. É hora de mudar a página e entender que só vão sobreviver os que estiverem antenados e em processo de capacitação contínua.
Como o tempo é escasso, talvez aumentar a oferta de cursos na modalidade EAD (ensino a distancia) e cursos intensivos de final de semana. Vejo que o momento é dos tecnólogos, que precisam ser melhor conhecidos e mais divulgados pelas faculdades que os promovem. O sucesso também passa pelo investimento na captação de alunos, que vai se tornando mais difícil, à medida que os graves problemas econômicos podem empurrar sonhos para soluções mais rápidas. E um erro fatal, só com um currículo de boa capacitação, com experiências mercadológicas durante a graduação, há possibilidade de vencer a crise cíclica do Turismo.
* Bayard Boiteux é Coordenador do curso de Turismo da Unisuam, vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ, gerente de turismo do Preservale e presidente do site Consultoria em Turismo.www.bayardboiteux.com.br
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