Estratégia das Instâncias de Governança está errada e não resolverá o problema do turismo brasileiro

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Da Série Política de Turismo, por Eduardo Mielke*

 

Na tentativa de descentralizar servindo como uma ponte entre Municípios e Governo Federal, as Instâncias de Governança Regional (IGR), criadas pelo PNRT (Programa Nacional de Regionalização do Turismo), bem que tentaram…. Mas, passados mais de 15 anos, as coisas não deram muito certo. Sem o correto suporte sobretudo político-financeiro, várias delas se encontram hoje naufragando em meio a velhos hábitos disfuncionais, onde pouco se avançou em resultados mensuráveis. Fora do ambiente institucional controlado pelas Secretarias Estaduais, pouco se percebe seu papel. Em suma, …. não deu. Mas o que aconteceu? É o que você vai ver agora…

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Primeiro erro

O primeiro erro é clássico e fatal. O Estado brasileiro funciona financeiramente, com Municípios, Unidades Federais e a União. Região ou Instância Regional não entram nesta jogada. Logo, não possuem recursos próprios. E sem eles, ninguém dá bola. Simples assim. Aliás, saiba que mais de 90% das verbas do MTUR vem por emenda parlamentar. Ou seja, sai de Brasília e vai para o Município e a região fica ….. (longa pausa)….. ….não fica!, pois ela sempre será a corda mais fraca!

Segundo erro

O segundo erro é um clássico também, e ilusório. Municípios são competidores entre si.  É preciso um arranjo intergaláctico e tempo para que Prefeitos, entidades e empresários olhem para o mesmo lado, através de um consórcio, por exemplo. E mesmo que isso aconteça,  o problema é que na prática, ninguém irá fazer esforço algum para ver o seu turista indo gastar dinheiro na Cidade vizinha, em nome de um pensamento regional…. Aliás, é muito difícil um gestor público sustentar este tipo de discurso entre o seus.

Terceiro erro

O terceiro erro é muito clássico e desgastante. Se você que me lê, trabalha com Turismo sabe o duro que dá explicar o que é ser turismólogo, não é? Devido ao calendário eleitoral e as frequentes trocas do secretariado municipal (e Turismo joga muitas vezes como pasta-coringa) e estadual, ocorre que há uma enorme rotatividade de pessoas dentro da IGR. E este entra e sai, é a pior coisa que possa acontecer, pois afeta a confiança do grupo em si próprio.

Veja. O modelo de gestão através das IGRs é até bem intencionado. Mas, sem que a devida e necessária adaptação à realidade brasileira tenha sido feita, simplesmente não funcionou e nem vai funcionar. Aliás, este mau hábito do CRT-C+CRT-V, trazendo tudo de fora para inglês ver, é bem típico.

Então, o que fazer? Considerando o atual cenário e aproveitando o esforço coletivo entorno das IGRs, o Texto 120 “PARA QUE DEVERIAM SERVIR AS INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA?” da Série Política de Turismo, que você pode acessar aqui , traz uma luz no final do túnel.

Redirecionamento

De todo modo, é necessário um urgente redirecionamento da Política de Turismo para às instâncias. É muito importante aproveitar o mínimo do seu legado. Para muitos Municípios, a IGR é a única luz em meio ao breu. Precisamos de mais!!! Muito mais. Porém, do jeito que está, para mim, além de ser um desperdício de esforços em todos os níveis, é um baita desrespeito àquelas pessoas que querem fazer o Turismo brasileiro grande como deve ser. Pense nisso.

Dúvidas, esclarecimentos? Escreva. Curta a fanpage @politicadeturismo

Obrigado pela confiança.

Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por  processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.

Palestras, Workshops e treinamentos? Escreva para emielke@kau.edu.sa

Regards.

Eduardo Mielke, Dr.

Head of Research Unit/Senior Advisor for Tourism Policy and Development.

Associate Professor

King Abdulaziz University – Faculty of Tourism

Kingdom of Saudi Arabia

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