Encontro da CTS Brasil revela como a auditoria acusa fraudes em contas de viagens corporativas

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No esforço para disseminar junto a um público de gestores de viagens de corporações a inquietação de evitar fraudes, a CTS reuniu, em evento próprio na nessa quarta- feira (9), na capital paulista, conjunto de práticas para o segmento rever e minimizar riscos e custos.

REDAÇÃO DO DT

Um olhar mais cuidadoso e técnico de auditoria e atitude do gestor diante da suspeita de eventuais fraudes na aferição de contas de viagens de executivos das empresas. Essa a tônica do 1º Fórum Transparência Viagens Corporativas, realizado pela CTS Auditoria, Consultoria & Outsourcing – que teve como media partner o DIÁRIO DO TURISMO. O evento partiu do cenário que dá conta de que as viagens de executivos das corporações no Brasil alcançam o volume de R$ 48,6 bilhões, sendo que as saídas do setor privado respondem por R$ 38,6 bilhões, dos quais 12,4% correspondem à fraudes. Já no setor público, o percentual é muito mais representativo: do total de R$ 10 bilhões movimentados pelas viagens de pessoas que atuam no governo, 35% se referem às inconsistências. Marcos Costa, CEO da CTS Brasil, considera que é preciso ter uma percepção mais abrangente sobre a corrupção e se cercar de procedimentos que protejam as corporações da ocorrência de fraudes em torno das contas de viagens.

O executivo da CTS Brasil assinala que o trabalho do auditor precisa vir pautado pela probidade e conduta ética, sem espaço para se deixar seduzir por distorções no fechamento de contas. Ao se dirigir aos gestores de viagens, durante o evento organizado pela empresa, ele não se furtou a citar ocorrências clássicas como a de uma companhia aérea que atua no Brasil que tem no montante de bilhetes vencidos e não resgatados pelo cliente, a sua segunda maior receita, comprovadamente exibida no balanço da empresa, ganho que só perde para o valor faturado com a venda de bilhetes.

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Marcos Costa – que atende empresas do setor privado e já prepara a equipe para atender contratos de governos – considera que no atual mercado global, cada vez mais competitivo, reduzir custos é condição para que empresas atinjam seus objetivos comerciais e se desenvolvam de maneira sustentável, uma determinante, segundo ele, pontual e crescente no setor de viagens e eventos corporativos.

Instituir rotina

Na visão de José Henrique Calegher, professor de MBA da FGV e sócio da JR auditores, que também se dirigiu aos presentes ao Fórum da CTS, a necessidade maior é criar mecanismo de revisão periódica e cíclica, forma de salvaguardar e criar uma cultura dentro da organização. Lembra que a lei anti corrupção (12.846/2013) imprimiu caráter punitivo às corporações que não adotarem mecanismos e procedimentos internos de integridade. Mais do que punir, conforme Calegher, é preciso instituir a rotina da auditoria que nada mais é do que comparação e, para tanto, é fundamental conhecer a operação e os processos dentro das especificidades. Para dimensionar a incidência de fraudes, Calegher cita pesquisa da Price  Waterhouse que numa amostragem de 211 empresas aquilatou perdas das empresas e mostra a participação das inconsistências nas contas, da ordem de 65% por roubo de ativos, seguida por 58% decorrentes de fraude e o restante fruto de  suborno e corrupção.

Juliano Negrão Granato, advogado e especialista em Direito Empresarial e sócio da Negrão Granato Associados, evoca a máxima de que as corporações podem perder o direito se o dever for aplicado de forma equivocada. A legislação existe e ampara os usuários das companhias aéreas e outros serviços, mas o que ocorre é a dificuldade na aplicação da lei, com equívocos  que dão brecha para uma medida da Anac se sobrepor à Constituição ou ao Código Civil. Cita, ainda, o exemplo de reembolso de bilhete não utilizado. “O engano mais corriqueiro é que o prazo de 1 ano é para a validade do bilhete, mas o titular do mesmo tem até 5 anos para requer o reembolso”, acentua Granato. Outra recomendação do advogado é que as corporações sempre analisem o contrato sob a ótica do que pode dar errado, de forma pragmática e que não coloque a empresa em risco jurídico.

Revisão periódica

Criar parâmetros, ampliar as fontes de pesquisa e comparação de custos. Essas as premissas que foram recomendadas no Fórum por Fernão Loureiro, gestor de viagens da Philips para a América Latina, ao considerar que o gestor não pode deixar de revisar periodicamente os processos de compra de viagens corporativas. Os gestores de viagens corporativas, conforme acentua ele, podem integrar o processo de deter fraudes com auditoria frequente, forma de mapear os eventuais gargalos da operação, conhecer os termos do contrato e manter a ponte com fornecedores.

(Cecília Cardial)

 

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