O Rei do Show

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por Alberto G Martins*

Comecei o ano em um dos lugares que mais gosto de passar meu tempo livre: o cinema. Fui assistir ao novo musical em cartaz, “O Rei do Show”, que conta a história de P.T. Barnum, empresário norte-americano precursor do circo e notoriamente conhecido por apresentar fraudes ao grande público. Independente do roteiro romanceado tornar o protagonista mais carismático e querido que na sua história real, o filme cumpre seu papel: entreter o espectador e fazê-lo sair da sala de projeção cantarolando a empolgante e original trilha sonora. Até fiquei com vontade de pedir bis.

 

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Na volta pra casa, ainda tocado pelo clímax do filme, fiquei pensando como alguns gestores públicos têm se mostrado verdadeiras fraudes. E, nesse ponto, não há trilha hipnotizante ou figurinos hollywoodianos que deixem a versão dos fatos mais fascinante aos olhos dos brasileiros.  Outros até tentam, com uma boa dose de marketing pessoal, parecer o que não são.

Não vou julgar aqui os projetos de planejamento turístico vendidos por consultores que nunca foram a campo ou que mal conhecem os potenciais de seus clientes

Infelizmente tem sido assim também no Turismo. Não vou julgar aqui os projetos de planejamento turístico vendidos por consultores que nunca foram a campo ou que mal conhecem os potenciais de seus clientes, nem as ações de marketing propostas – e aprovadas! – para enriquecer bolsos alheios e que não trouxeram ganho real nenhum para os destinos que as compraram. Nem as construções superfaturadas de pórticos na entrada das cidades, quase sempre abandonados ou inacabados. Apenas gostaria de entender – e deixar o campo de comentário dessa página aberto – o que está acontecendo com a gestão pública de nossos destinos turísticos.

 

Em dezembro estive na minha cidade natal, Águas de Lindoia, que não visitava há pelo menos 15 anos. Localizada a menos de 200km da capital paulista, a estância hidromineral outrora famosa por suas águas medicinais e cenário perfeito para o descanso e entretenimento de casais, famílias e amigos, está abandonada. Não de turistas, menos mal, mas de gestores e empresários que olhem para a cidade com olhos de um Michael Grace, diretor estreante por trás das câmeras de O Rei do Show, e consigam fazer os visitantes felizes. O que encontrei em Águas de Lindoia não me fez querer voltar.

“A arte mais nobre é aquela de fazer os outros felizes” – P. T. Barnum

*Alberto G. Martins é publicitário e diretor da B4T comunicação

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