Pesquisa sobre resíduos estabelece marco da importância da sustentabilidade no Festuris

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Pela primeira vez este estudo é feito para avaliar impactos ambientais relacionados à uma feira de médio a grande porte

Por Paulo Atzingen*

O tema central da 29ª Edição do Festuris – Festival de Turismo de Gramado é O Futuro Sustentável da Indústria Turística. A Universidade de Caxias do Sul (UCS), a convite da organização do evento, desenvolve nesta edição da feira um estudo dos possíveis impactos ambientais que ocorrem em eventos dessa envergadura.

O DIÁRIO conversou com Neide Pessim, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da UCS e Renata Cornelli, professora do mesmo curso para saber como é possível se colocar em prática ações de sustentabilidade em eventos que tradicionalmente não são levados em conta a economia de matéria-prima e insumos.

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Segundo Neide, pela primeira vez este estudo é feito para avaliar impactos ambientais relacionados à uma feira de médio a grande porte e  que movimenta um número muito significativo de visitantes e expositores, como o Festuris. “O estudo pretende avaliar e fazer um diagnóstico e poder vislumbrar dentro desse quadro outra  possibilidade de feira, com mecanismos de menor risco, impacto ou de minimização de consumo que por ventura apareçam”, explica em linguagem didática. Dois professores, e 18 alunos de graduação e um de pós-graduação participam da pesquisa durante os dois dias do Festuris.

Objetivos

De acordo com a professora Renata, o objetivo desse estudo, na verdade, é identificar o que está sendo feito de positivo em termos de sustentabilidade e o que pode ser melhorado.

“A questão da segregação de resíduos, por exemplo. Aqui são gerados plástico, metal, papel, material orgânico. O estudo permite apresentar um diagnóstico que auxilie os gestores da área, da feira, a tomar as decisões plenas quanto ao que fazer com o resíduo a partir daqui, quando ele vai para fora do âmbito da feira e torna-se um subproduto”, afirma.

Sustentabilidade começa nos atos

Segundo a coordenadora Neide, uma das situações que limita as pessoas a praticar ações sustentáveis, é, justamente, não começar selecionando os resíduos a partir do descarte. É muito difícil e complexo pegar o resíduo lá fora todo misturado e querer fazer alguma “mágica” para transformá-lo. Então nós temos hoje que começar na fonte. O Festuris já percebeu isso, já faz, e a partir desse diagnóstico poderemos apontar avanços para 2018”, prognostica.

Formulários

O estudo consta de aplicação de formulários eletrônicos junto ao público e junto aos expositores. Além de observação direta dos alunos de todos os elementos que compõem o sistema, desde o ar condicionado, energia elétrica, água, esgoto, processamento de alimentos, geração de resíduos etc.

“Essas situações são todas levantadas e sistematizadas dentro desses documentos que nós temos à disposição, formulários previamente elaborados com antecedência, e depois nós teremos todo o trabalho de depurar essas informações, de sistematizar”, explica a coordenadora e completa: “Assim, projetamos cenários futuros para a feira de 2018 e, quem sabe, possamos dar repercussão ao trabalho, aumentar a sensibilidade para o tema”.

O estudo consta de aplicação de formulários eletrônicos junto ao público e junto aos expositores (Foto: DT)
O estudo consta de aplicação de formulários eletrônicos junto ao público e junto aos expositores (Foto: DT)

Práticas anteriores e uma ideia

Neide acrescenta que o tema dos resíduos ainda precisa ser muito discutido em nossa sociedade, e, especialmente, no mundo empresarial, pois passa despercebido pelo expositor, pela organização, pelo visitante, quase como algo inexistente. “Estávamos olhando as lixeirinhas; as pessoas estão colocando ali sacolas de papelão nobre, com toda folheteria, descartando-as. Então são coisas que precisamos discutir, indagando algo como “será que precisamos distribuir material de forma tão aleatória?”. Como eu discuto isso com o meu expositor e o meu visitante?”.

Ela sugere que sistemas de divulgação eletrônica, por meio de painéis de led, sistema de áudio interno com informações poder multiplicar a consciência.

Questionada se esse projeto piloto poderia servir para influenciar não só os próximos festivais de turismo de Gramado, Neide confirma e completa: “Não só Gramado, mas outros eventos do Brasil inteiro”.

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