Marlene Querubin, presidente da UBCI: “nossa capacidade de reinvenção supera as dificuldades”

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Redação do DIÁRIO

O 2º Seminário Nacional de Circo Itinerante começa nesta segunda-feira (30) e discutirá a qualificação e capacitação de quem trabalha no setor. O evento é realizado pela UBCI- União Brasileira de Circos Itinerantes e acontece no Centro de Memória do Circo- Galeria Olido, no centro de São Paulo. O DIÁRIO ouviu Marlene Olímpia Querubin presidente da UBCI. Acompanhe entrevista que fizemos, abaixo:

 

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DIÁRIO – O que será discutido no 2º Seminário Nacional de Circo?

MARLENE QUERUBIN – Nós discutiremos várias questões. Esse seminário especificamente tratará da qualificação e a formação do circense. Para os gestores presentes, e teremos mais de 150 no seminário, estaremos discutindo a questão da qualificação e da formação. Teremos uma mesa com o Sebrae, uma mesa com a ABNT e uma mesa especificamente da questão dos saberes circenses com as escolas de circo. Construir politicas públicas para o circo, ampliando os editais existentes, com novos prêmios para circulação, produção, pesquisa, encontros, qualificação, formação é o objetivo do 2º Seminário Nacional de Circo itinerantes.

DIÁRIO – A recessão econômica e a crise política têm afetado a arte circense?

MARLENE QUERUBIM – Em tempos de crise, reinventar o circo é necessário para sobrevivência artística pessoal e empresarial, formar e qualificar o circenses faz toda diferença. Só se destacam no mercado competitivo, aqueles profissionais e empresas que melhor se preparam tecnicamente e que possuem informações únicas sobre as praças, sobre consumidores, público, comportamentos…etc.

Como uma das poucas instituições, o circo atravessou em sua itinerância séculos de crise, guerras, mudanças climáticas, inúmeras transformações mercadológicas e segue forte com mais de 2000 circos só no Brasil. Nossos cases de sucesso mostram na prática que o circo com  sua enorme criatividade e resiliência tem mais força e autonomia para resistir à pressões, superar obstáculos e situações adversas. Nossa capacidade de reinvenção é uma dos segredos para a superação de dificuldades.
Tem muitos turistas do interior que vêm a São Paulo e também do Brasil todo. Como São Paulo é uma cidade que recebe muita gente do país inteiro, eles vêm e escolhem um espetáculo e o circo é uma preferência
DIÁRIO – Quais são as principais dificuldades do circo hoje no Brasil?

MARLENE QUERUBIN – Principalmente a burocracia. Atualmente, classificam o circo como evento, e na verdade não somos evento, somos uma atividade cultural de uso contínuo, estamos em atividade o ano inteiro. A maioria das prefeituras confunde o circo, uma atividade cultural, com eventos sazonais a exemplo do Carnaval, rodeio, festas temáticas, shows, que realmente são eventos. O circo não é evento.

 

DIÁRIO – Você consegue identificar a presença de turistas nos espetáculos?

MARLENE QUERUBIN – Muito. Tem muitos turistas do interior que vêm a São Paulo e também do Brasil todo. Como São Paulo é uma cidade que recebe muita gente do país todo, eles vêm e escolhem um espetáculo e o circo é uma preferência.

Nós temos 2,5 mil circos no Brasil entre médios, grandes e pequenos, que é considerada uma das poucas atrações que congrega família, está sempre se reinventando e se atualizando e deve ser visto também como atrativo turístico também para as cidades do interior. Quando um espetáculo como esse chega à cidade, é motivo de grande festa e chama muita atenção. Temos que desburocratizar a ida do circo às cidades.

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