Disputa restringe celular em Aeroporto

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VALOR ECONÔMICO

Os custos para a instalação de antenas e equipamentos de telecomunicações nos 14 principais aeroportos brasileiros se tornaram o centro de uma disputa entre pesos-pesados da infraestrutura. As operadoras de telefonia afirmam que os preços cobrados pelas administradoras aeroportuárias subiram 75% entre 2011 e 2014, em ritmo três vezes superior à taxa de inflação registrada no mesmo período, e pedem mediação do governo para resolver a querela. Um dos casos já foi parar nos tribunais: as teles têm uma liminar para só fazer pagamento em juízo à Inframérica, que tem ficado sem receber os valores devidos pela ocupação de espaço no aeroporto de Brasília.

Um estudo da KPMG, consultoria contratada pelo SindiTelebrasil (associação das operadoras), tenta quantificar o problema: os preços cobrados nos terminais brasileiros para instalar estações radiobase e manter salas de apoio técnico estão 203% acima da média na Europa e 21% mais caros do que nos Estados Unidos. Essa comparação leva em conta o volume de passageiros nos aeroportos. “Pagamos valores absurdos”, diz o presidente da associação, Eduardo Levy.

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De acordo com o levantamento, obtido pelo Valor, as teles pagam R$ 32 milhões por ano nos 14 maiores aeroportos. Juntos, esses terminais representam 80% da movimentação total de passageiros no país. O entendimento das teles é que esse valor  deveria cair para R$ 8,2 milhões anuais para se alinhar aos custos internacionais. Na avaliação do SindiTelebrasil, os valores no Brasil já eram altos, mas dispararam após a primeira rodada de concessões no setor – em 2012. A Infraero teria embarcado na mesma política de preços para os aeroportos em que ainda mantém controle.

As maiores queixas se voltam contra o aeroporto do Galeão, principal porta de entrada e saída para a Olimpíada do Rio, onde o custo mensal dos contratos de locação e uso das teles chegava a R$ 517,2 mil em agosto do ano passado (mês de referência do levantamento). Para ilustrar o nível de insatisfação das operadoras de telefonia, Levy afirma que esse preço é semelhante ao cobrado em Los Angeles, mas o aeroporto da Califórnia recebe 66,7 milhões de passageiros por ano – quase quatro vezes mais que o Galeão.

O ponto alto da briga entre teles e administradoras aeroportuárias, no entanto, envolve o terminal de Brasília. Às vésperas da Copa do Mundo, a Inframérica desligou por duas vezes os equipamentos 4G de todas as operadoras “sem comunicação prévia”, segundo o SindiTelebrasil. O religamento ocorreu graças à formalização de queixa-crime. Desde novembro de 2014, o valor mensal de R$ 395,2 mil só tem sido pago com depósitos em juízo, devido à obtenção de uma liminar.

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