O chamado turismo de nascimento nos EUA, também conhecido como “turismo de parto”, é a prática em que gestantes viajam aos Estados Unidos com o objetivo de dar à luz em solo americano. Essa escolha garante a cidadania imediata ao bebê com base no princípio do jus soli, ou seja, o direito de nacionalidade a quem nasce em determinado território.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Nos últimos anos, esse fenômeno ganhou visibilidade por conta do crescimento da demanda, principalmente entre famílias estrangeiras que buscam mais oportunidades para seus filhos. O turismo de nascimento nos EUA se tornou um tema de debates políticos, legais e sociais, já que envolve benefícios futuros para a criança, mas também riscos e polêmicas em torno da imigração e do uso de recursos públicos americanos.
Contexto legal nos EUA
Nos Estados Unidos, a 14ª Emenda da Constituição garante cidadania a qualquer pessoa nascida em território americano, independentemente da nacionalidade dos pais. Contudo, desde janeiro de 2020, o Departamento de Estado passou a dificultar a concessão de vistos de turista (tipo B) quando há indícios de que o principal objetivo da viagem é participar do turismo de nascimento nos EUA. Ainda assim, gestantes podem visitar o país por motivos legítimos, como turismo, tratamentos médicos ou visitas a familiares, desde que não ocultem suas intenções reais.
Riscos e implicações
O turismo de nascimento nos EUA não é isento de riscos. Mesmo que o bebê se torne cidadão estadunidense, a mãe não obtém automaticamente o direito de residência. Caso seja comprovado que a intenção principal da viagem era o parto, pode haver acusações de fraude e impactos negativos em futuras solicitações de visto. Além disso, o tema levanta críticas sobre o uso de recursos públicos e possíveis sobrecargas no sistema de saúde, sobretudo quando há envolvimento de esquemas financeiros irregulares.
Impacto internacional
Esse tipo de prática não é exclusivo de brasileiras. O turismo de nascimento nos EUA também se popularizou entre mulheres de outros países, como China, Rússia e Nigéria, especialmente em cidades como Los Angeles e Miami. Em algumas ocasiões, autoridades americanas chegaram a fechar “hotéis de nascimento” e empresas especializadas nesse tipo de serviço.

Celebridades brasileiras que recorreram à prática
No Brasil, o turismo de nascimento nos EUA ganhou destaque principalmente entre celebridades. Entre as personalidades que deram à luz em território americano estão Claudia Leitte, Ludmilla (mãe de Zuri, nascida em Miami), Simone Mendes, Luciana Gimenez e Thammy Miranda. A própria Embaixada dos Estados Unidos no Brasil chegou a emitir alertas sobre o assunto, frisando que a prática pode ser interpretada como fraude de visto.
Panorama atual (2025)
Em 2025, o turismo de nascimento nos EUA continua sendo tema de debates que envolvem política, imigração e direitos humanos. Apesar das barreiras impostas nos últimos anos, muitas famílias ainda são atraídas pela cidadania automática garantida ao recém-nascido. Especialistas destacam que o fenômeno envolve questões legais, socioeconômicas e éticas que exigem regras mais claras e políticas de maior fiscalização.