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Fhoresp cobra ações da Receita após aumento de bebidas falsificadas

A contaminação de bebidas com metanol reacendeu o debate sobre o controle e a segurança na comercialização de destilados no Brasil. Em nota conjunta divulgada nesta segunda-feira (6), a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) e a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) defenderam o retorno do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), desativado em 2016. O mecanismo era responsável por rastrear a origem e a produção das bebidas.

REDAÇÃO DO DIÁRIO – com assessorias 

As entidades afirmam que os recentes casos de intoxicação e mortes por metanol expõem a fragilidade da fiscalização e afetam diretamente a credibilidade do setor. Segundo a Fhoresp, a crise já provocou queda de até 30% no movimento de bares e casas noturnas e redução de 50% no consumo de destilados em apenas uma semana.

Levantamento da ABCF aponta ainda que a falsificação de bebidas cresceu 25,8% entre 2023 e 2024, atingindo 36% dos destilados comercializados no país.

Pedido de retomada do Sicobe

Criado em 2008, o Sicobe tinha como objetivo principal combater a sonegação e a adulteração de bebidas. Para as entidades, sua extinção facilitou a atuação de organizações criminosas.

“A ausência de um controle efetivo, como o do Sicobe, coloca em risco a vida dos cidadãos e ameaça milhares de empregos no setor de alimentação e hospitalidade”, destacam Fhoresp e ABCF no documento.

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, afirma que o momento exige medidas urgentes e coordenação entre órgãos públicos.

“Estamos diante de uma emergência sanitária e agindo no escuro. É necessário retomar o rastreamento das bebidas desde a origem para impedir novas falsificações”, defendeu.

Logística reversa e descarte de garrafas

O diretor de Comunicação da ABCF, Rodolpho Ramazzini, reforçou que o país já conta com normas de logística reversa para o destino de garrafas de vidro, evitando que novas obrigações sejam impostas aos estabelecimentos.

“A maioria dos vasilhames retorna às indústrias, que os reutilizam e contribuem com o meio ambiente. Criar novas exigências, como a trituração, apenas aumentaria os custos e a burocracia”, pontuou.

Casos de contaminação

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, foram registrados 192 casos suspeitos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol. Desses, 14 foram confirmados e 9 resultaram em morte. As ocorrências se espalham por 26 municípios.

Altamente tóxico, o metanol é um composto incolor e inflamável, usado na fabricação de combustíveis, tintas e adesivos. Em grandes quantidades, pode causar cegueira e até morte.

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