domingo, abril 20, 2025
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Nepal quer limitar fluxo de turistas que não cumprem medidas de segurança

O governo de Nepal estuda limitar o número de turistas de baixo orçamento que não cumprem as medidas de segurança para praticar o montanhismo. A iniciativa se justifica após a avalanche no pico Annapurna, na terça-feira (14), que matou ao menos 40 pessoas.

“É melhor ter menos turistas que pagam mais, do que milhares que desrespeitam as regras”, disse Mohan Krishna Sapkota, secretário-adjunto do Ministério do Turismo do Nepal.

Segundo o secretário, muitos dos turistas que foram vitimas do acidente não haviam se registrado com as autoridades, dificultando o trabalho dos socorristas e impossibilitando a precisão do número de desaparecidos. 

O governo local permite a prática do montanhismo em 414 dos 1300 picos do país. Em 2012, o Nepal recebeu mais de 106 mil turistas estrangeiros para fazer trekking e montanhismo.

O “Projeto de Conservação da Área de Annapurna” (ACAP, na sigla em inglês), órgão que registra a entrada e saída de turistas nas faixas noroeste do Nepal, disse que tinha o registro de apenas 120 turistas quando houve a nevasca. Helicópteros vasculham o local com mais de 60 equipes de resgate.

As autoridades do país também pretendem acabar com os guias não licenciados e inexperientes. Segundo Sapkota, “todo jovem quer ser um guia turístico porque o trabalho é emocionante e permite fazer dinheiro muito rápido”. Por isso, a pasta do Turismo decidiu acompanhar e registrar os mais de 10 mil napalenses que trabalham como carregadores e guias, e tornar obrigatório o acompanhamento para turistas que buscam permissão das autoridades distritais antes das caminhadas.

“Eles contribuem para a nossa economia”

Suman Pandley, da “Explore Himalaia”, empresa especializada na organização de escaladas e caminhadas de picos nevados, é contrário ao plano. Para Pandley, a iniciativa não passa de uma “reação absurda”, e “o governo vai cometer um erro se começar a limitar a entrada de mochileiros. Mesmo que venham com menos de US$ 15 por dia, eles contribuem para a nossa economia” reclamou.  Elizabeth Hawley, uma americana que vive no país desde 1960, duvida que o governo restringirá o turismo barato. “É como dar um tiro no pé. Não ficaria surpresa se esse incidente trágico fosse rapidamente esquecido”, afirma. 

Entre os mortos na tempestade que vitimou ao menos 40 pessoas, estão nepalenses, israelenses, canadenses, indianos, japoneses, eslovacos e poloneses. 

 

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