Na tenra idade de 10 anos, o Airbus A380 já está entrando em uma crise de meia-idade. O avião de dois andares (double-decker) não conseguiu uma encomenda sequer de nenhuma nova empresa aérea nos últimos dois anos. Altos executivos se viram forçados a sair em defesa da aeronave em dezembro depois que a empresa – mãe da fabricante apresentou a possibilidade de eliminar definitivamente o A380. A metade do ano está se aproximando e o avião novamente não registrou nenhum pedido até aqui.
Trata-se de uma grande diferença em relação ao júbilo de 2005, quando a aeronave decolou pela primeira vez, saudada como a estrela da aviação do século 21. A Airbus disse que o A380, certificado para transportar até 853 passageiros, tiraria da arquirrival Boeing o monopólio entre os jatos jumbo mantido há décadas e anunciaria uma nova era das viagens , combinando o ultraluxo com o transporte massivo e, ao mesmo tempo, aliviando os aeroportos congestionados.
“A verdade é que o mercado não se desenvolveu tanto quanto gostaríamos”, disse o CEO da Airbus, Fabrice Brégier. O executivo agora está tentando dar nova vida à campanha do A380 e montou uma equipe de funcionários para os setores de vendas, marketing, engenharia e design para fazer lobby pelo avião.
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A falta de sucesso comercial reside em parte em um desvio da finalidade básica do A380: oferecer maior economia às aéreas ao acomodar mais passageiros por voo. Em vez disso, o enorme espaço foi usado em extravagâncias personalizadas, como bares e chuveiros.
Para contornar isso, a fabricante elevou a capacidade padrão de assentos a 544 em uma tentativa de atrair clientes. (Bloomberg)