REDAÇÃO DO DIÁRIO
Em entrevista exclusiva concedida ao editor do DIÁRIO, jornalista Paulo Atzingen, o presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Adailton Feitosa, fez uma análise da profissionalização do turismo em seu estado. Feitosa tem grande experiência na vida pública e, em especial, junto ao turismo pernambucano. Ingressou como diretor administrativo-financeiro da Empetur, em 2012, atuou como secretário executivo de Turismo de Pernambuco, em 2013, e secretário de Turismo de Pernambuco, em 2014. Bacharel em Direito e auditor licenciado do Tribunal de Contas de Pernambuco, Adailton Feitosa, assumiu dia 1º de fevereiro o comando da Empetur.
Segundo ele, é muito importante e necessário que os estados tenham a preocupação com as ações promocionais e que isso as façam se destacar em eventos e feiras, no entanto, ele pondera, é preciso que os destinos estejam bem estruturados. “Nenhum estado vive se não trabalhar muito bem as suas campanhas de marketing e promoção. Porém, para que possamos vender bem nosso estado, inclusive o que nos foi dado, de graça, como a beleza natural, precisamos estruturar muito bem os nossos destinos. Só assim os nossos turistas se sentirão bem recebidos”, disse na entrevista, acrescentando que esta percepção conjunta de fatores já era de Eduardo Campos (ex-governador de Pernambuco, que morreu durante a última campanha presidencial), e agora do governador Paulo Câmara, como também do atual secretário de Estado de Turismo, Felipe Carreras.
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Números de Pernambuco
Na contramão do índice geral do Brasil, Pernambuco se destacou na movimentação de passageiros, em 2016. Segundo a Organização Nacional de Aviação Civil (OIAC), enquanto o país apresentou uma diminuição de -7% em relação a 2015, Pernambuco cresceu cerca de 2%, em comparação com o mesmo período.
De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado, enquanto em 2015 foram recebidos 5,4 milhões de visitantes, em 2016 este número ultrapassou a barreira dos 5,6 milhões. Um aumento de 3,11%.
Acessos aos destinos
Feitosa lembrou que está a duas semanas à frente da Empetur, mas mesmo assim demonstrou já estar a par de diversas obras que estão sendo tocadas pelo governo de Pernambuco, em se tratando de infraestrutura. “Temos várias obras tocadas pela Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer; e pelo próprio Prodetur (Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo), que são fundamentais nessa estruturação”. De acordo com o presidente da Empetur, muitas regiões pernambucanas são importantes sob o ponto de vista da demanda turística. “Trabalhamos no sentido de estruturar algumas localidades potenciais, dando a elas mais atenção e estrutura para o turista, para que ali sejam instalados equipamentos (leia-se restaurantes, pousadas e hotéis) e que ela ganhe autonomia”, explicou. “O grande problema é , continuou, quando se vive o círculo vicioso da dependência de recursos. É preciso movimentar a economia e a economia do turismo é muito forte, já que temos um potencial que nos foi dado de graça”, ponderou.
Carnaval sem competir
Pernambuco é praticamente sinônimo de Carnaval de rua, com os tradicionais blocos puxados pelo frevo. Questionado sobre os preparativos da festa, Adailton adiantou que a expectativa é mais um ano de crescimento nos números do Carnaval. “Já temos informação que teremos uma rede hoteleira com pelo menos 95% de ocupação”, adiantou ao DT.
“Devemos ter um crescimento também em relação à movimentação econômica já que nosso carnaval atrai o turista por sua originalidade, para aquilo que é mais marcante. Nosso objetivo não é competir com outros carnavais que nada têm a ver com o nosso. Temos trabalhado a nossa marca em todas as campanhas, desde a campanha de vídeo que tem sido divulgada, quanto as do aeroporto; todas elas são voltadas a receber o turista com o carinho característico do pernambucano, e com o nosso frevo”, destacou.
Ponderando sobre as atribuições do governo em tempos de recessão econômica, Adailton lembrou que o Estado é apenas coadjuvante dessa festa: ” Sempre fica a questão de como o governo vai fazer o Carnaval. O governo não faz o Carnaval. O Carnaval é feito pelo povo e vai existir independente do governo”, acentuou. (A entrevista completa será publicada na próxima semana)