terça-feira, junho 24, 2025
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Airbus e Boeing analisam risco na viagem e eficácia de testes de Covid-19

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) uniu-se à Airbus e à Boeing para apresentar possíveis métodos para gerenciar os riscos da COVID-19 e manter as populações seguras na retomada da conectividade global. A aviação, incluindo os fabricantes, gerencia e reduz os riscos com eficácia todos os dias para manter as viagens aéreas seguras. Com isso, a Airbus e a Boeing desenvolveram modelos de gerenciamento de risco baseados em dados para entender o impacto das várias opções.

EDIÇíO DO DIÁRIO com agências


Com foco nos riscos ao longo de toda a viagem, a Airbus considerou em seu modelo mais de 50 variáveis (como número de casos confirmados e fatalidades por país, estratégias de teste de COVID-19, estatísticas de tráfego, duração do voo, tempo gasto nos terminais do aeroporto, fornecimento de alimentos e ar condicionado a bordo). As suposições para o modelo foram baseadas em mais de doze fontes de dados (incluindo o US CDC e a Organização Mundial da Saúde). Os resultados do modelo foram cruzados com dados reais e observações de viagens. Usando os dados atuais de incidência da COVID-19 e não levando em consideração os viajantes vacinados (pois isso diminuiria o risco de infecções), os resultados incluíram:

● Origem de alta incidência para destino de média incidência – América Latina e Caribe (292 casos a cada 100 mil habitantes) para o Canadá (95 casos a cada 100 mil habitantes): considerando o mesmo tráfego de 2019 e sem nenhum teste, prevemos que a incidência local no Canadá aumentaria pouco mais de 1 caso a cada 100 mil habitantes devido aos casos importados ao longo de 14 dias. Com um único teste de PCR antes da viagem, esse número cairia para menos de 1 caso a cada 100 mil habitantes.
● Origem de média incidência para destino de média incidência – Europa (111 casos a cada 100 mil habitantes) para os Estados Unidos (81 casos a cada 100 mil habitantes): considerando o mesmo tráfego antes da COVID-19 e sem nenhum teste, o modelo criado pela Airbus prevê que as viagens aéreas ao longo de 14 dias adicionariam menos de 1 caso importado a cada 100 mil habitantes à incidência local nos Estados Unidos.
● Origem de média incidência para destino de baixa incidência – Europa (111 casos de COVID-19 a cada 100 mil habitantes) para Cingapura (8 casos a cada 100 mil habitantes): em um cálculo conservador considerando o mesmo tráfego de 2019 e sem nenhum teste, prevemos que as viagens aéreas ao longo de 14 dias adicionariam pouco mais de 1 caso importado a cada 100 mil habitantes à incidência local em Cingapura. Com o teste PCR antes da viagem, esse número cairia para menos de 1.

O modelo da Airbus – desenvolvido para ajudar os grupos envolvidos e governos na retomada das viagens aéreas – mostra que o risco de transmissão e translocação do vírus pode cair significativamente com a adoção de medidas de proteção e testes baseadas em dados.

A Boeing analisou a eficácia das estratégias de teste

A modelagem e a análise da Boeing mostram que os protocolos de teste são uma alternativa às medidas de quarentenas obrigatórias em muitos cenários de viagens. O modelo avalia a eficácia dos testes de passageiros e da quarentena em vários países pelo mundo. Vários fatores foram considerados, como taxas de prevalência da COVID-19 entre os países de origem e destino, eficácia dos testes de PCR e testes rápidos de antígeno e a linha do tempo da doença (progressão da doença) para passageiros com COVID-19.

A análise mostrou vários achados importantes:

● Os dados mostram que existem protocolos de teste (observados abaixo) tão eficazes quanto a quarentena de 14 dias.
● Os protocolos dos testes reduzem o risco para o país de destino.
● Os testes são mais benéficos para viagens partindo de áreas de maior prevalência para áreas de baixa prevalência.

O modelo de testes de passageiros e as descobertas da análise foram validados usando dados reais de testes em viagens da Islândia e do Canadá. A Boeing agora está analisando cenários com viajantes vacinados. À medida que forem disponibilizados, dados sobre as novas variantes da COVID-19 também serão incorporados ao modelo.

Decisões baseadas em dados

“Não existe uma solução única para gerenciar os vários níveis de risco. O custo econômico e social das medidas gerais tomadas pela maioria dos governos até o momento é desnecessariamente alto. Com essa análise, mostramos que podemos ser inteligentes com políticas de viagens balanceadas que abordam os riscos, permitem viagens e protegem as pessoas. Todos respeitam decisões baseadas em dados. Esse é o caminho de volta à normalidade”, disse Walsh.

Nenhuma ação de um governo isolado pode levar à recuperação das viagens internacionais. Os Ministros do Turismo do G20 apoiam a abordagem baseada em dados para reabrir as fronteiras. O setor da aviação está incentivando o G7 a assumir a liderança, trabalhando em conjunto para usar a enorme quantidade de dados coletados desde o início da COVID-19 para apoiar o esforço da recuperação. Isso deve resgatar a liberdade de viajar de pessoas testadas ou vacinadas, evitando medidas de quarentena para a grande maioria dos viajantes.
Cooperação para proteger o sistema de saúde

O conhecimento sobre gerenciamento de risco do setor pode ajudar o sistema de saúde pública a coordenar o retorno à normalidade.

“A COVID-19 é algo que precisamos aprender a administrar, como fazemos com outros riscos à saúde. Aceitamos muitas coisas na sociedade que sabemos que trazem riscos – desde o consumo de bebidas alcoólicas até a forma como dirigimos. Não proibimos essas atividades. Temos algumas regras de bom senso e as informações necessárias para tomar decisões sensatas sobre como gerenciar esses riscos. O futuro pós-pandemia indica que devemos fazer o mesmo com a COVID-19 para continuarmos com as nossas vidas. Não existe um protocolo totalmente isento de riscos. A vacinação terá um grande papel nisso. E os dados que temos nos dizem que os protocolos de triagem e teste podem tornar a viagem segura acessível para todos”, disse Walsh.

“As políticas governamentais são naturalmente avessas ao risco. Por outro lado, o setor privado tem grande experiência com o gerenciamento de riscos todos os dias para entregar seus produtos e serviços. Agora, a COVID-19 parece estar se tornando endêmica. Isso significa que a COVID-19 provavelmente não desaparecerá tão cedo, então os governos e o setor devem trabalhar juntos para reconstruir a conectividade global enquanto gerencia os riscos associados. Na primeira etapa, os governos devem avaliar até onde conseguem gerenciar com eficácia o risco de introdução de vírus. Depois, precisam identificar com o setor estratégias viáveis para permitir um aumento nas viagens internacionais sem exceder esses limites. A Airbus, a Boeing e a IATA apresentaram algumas soluções possíveis. Agora precisamos de um diálogo mais intenso e transparente entre os governos e o setor aéreo para passar dos modelos à política e, posteriormente, facilitar as viagens internacionais”, disse o Professor David Heymann, da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

Apresentações sobre decisões baseadas em dados para a reabertura das fronteiras com segurança
Apresentação da Airbus (pdf)
Apresentação da Boeing (pdf)

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