Por Paulo Panayotis –
Já estive na Província muitas vezes. Diversas em Aix-en-Provence. E nunca me canso! É uma pintura. Especialmente na época da colheita da lavanda, no verão(julho, agosto e setembro). Mas também é sensacional na primavera, no outono e, para os aficionados, no inverno. Durante o ano inteiro todo os lugares rescendem perfume, lavanda. Mas é no verão que o aroma explode por todos os cantos. Até hoje não sei se gosto mais de ver os campos floridos, sentir o cheiro ou “ambos em conjunto ao mesmo tempo”.
A Provence, ou Província em português era, digamos assim, a grande dispensa da Europa no tempo dos gregos e romanos. Aix-en-Provence foi a primeira cidade romana na França(122 A.C.). Antes era dos gregos. Chamada de “a cidade das 100 fontes”, tem hoje 140 mil habitantes sendo quase 1/3 estudantes pois hospeda uma das maiores Universidades francesas, a Aix-Marseille. Burguesa e charmosa, tem uma vida prá lá de tranquila fora da alta temporada. O clima sempre foi esse, de calma, tranquilidade, até mesmo uma certa preguiça modorrenta. Tanto que a brincadeira na cidade é que esses dois aí em cima eram os únicos que pegavam no pesado em toda Aix-en-Provence.
Os dois trabalhadores eternos
Ah, uma curiosidade sobre esta cidade cujo símbolo é o golfinho(Dolphin): andando pelo centro, se prestar atenção, verá dezenas de janelas bloqueadas com concreto. O motivo é hilário hoje mas naquela época, em pleno século 17, preocupava e muito. Quando Napoleão era o Imperador( 1769 até 1821) mandou aumentar o valor dos impostos de acordo com o tamanho e o número de janelas que cada casa tinha. O resultado foi imediato: toda a rica burguesia que tinha casas com dezenas de janelas entrou em pânico. Desesperados mandaram concretar muitas e muitas janelas em toda a cidade.
Pode não parecer mas a janela da esquerda é falsa
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Mas como francês é francês, ara não “acabar” com a estética e as belas fachadas, pintaram janelas em cima dos locais concretados.
Aix, como a chamam os íntimos, também é a cidade natal de muitos artistas, escultores, pintores, como, por exemplo, o pós impressionista Paul Cezanne.
Em tempo: a região da Provence-Alpes-Cóte d’Azur é formada seis departamentos:
– 1 Alpes de Haute-Provence
– 2 Alpes Marítimos
– 3 Altos Alpes
– 4 Bouches-du-Rhône, ao qual pertence a cidade de Aix-en-Provence
– 5 Var
– 6 Vaucluse
As fontes de Aix-en-Provence são imperdíveis. Valem o passeio pelo centro da cidade que deve terminar com uma visita ao Centro de Arte Caumon Cezanne.
Casa onde Cezzane morou hoje é museu
Lá você descobrirá como vivia este artista que se tornou célebre em todo o mundo. A catedral de Saint-Sauveur a maior da região, também merece ser conhecida. Repousando em cima das ruínas do outrora fórum romano Acquae Sextiae( o nome que os romanos deram à Aix) está muito bem preservada. Outra dica imperdível é conhecer o Chateaux La Coste, um verdadeiro museu a céu aberto que abriga alguns dos melhores artistas europeus da atualidade. E, claro, termine com uma visita ao prédio do Tribunal do Comércio para checar se aqueles dois rapazes continuam trabalhando duro…
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