Alta temporada no turismo impulsiona a economia e desafia a sustentabilidade

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*Por Johannes Noebels, CEO da mymento


A alta temporada é um período muito significativo para o setor de turismo, representa um momento de intensa atividade econômica e geração de empregos, fundamentais para a sustentabilidade e o crescimento desse setor, além de promover o Brasil como um destino turístico de destaque. Mas o setor enfrenta o desafio de garantir que este crescimento seja sustentável para todas as partes envolvidas.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a alta temporada 2023/2024 registrou uma receita total de R$ 162,2 bilhões, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Este crescimento, embora modesto, reflete a resiliência do setor em meio a desafios econômicos globais. Além disso, a receita com turismo internacional alcançou um recorde histórico de US$ 2,1 bilhões, um incremento significativo de 31% comparado ao período anterior. Estes números são indicativos de um aumento no fluxo de turistas estrangeiros, reforçando a posição do Brasil como um destino atrativo no cenário global.

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A geração de empregos é outro aspecto relevante da alta temporada. A CNC projeta a criação de 85.000 empregos temporários até fevereiro de 2024. Estes postos de trabalho são essenciais não apenas para absorver a mão de obra disponível, mas também para oferecer oportunidades de renda adicional e experiência profissional a muitos brasileiros. De fato, o Ministério do Trabalho e Previdência reportou que, em dezembro de 2023, havia 720 mil empregos com carteira assinada no setor de turismo, um aumento de 13,3% em relação a dezembro de 2022. Este crescimento é um indicativo claro de como o turismo é um motor de geração de emprego e inclusão social.

Os destinos mais procurados durante a alta temporada – Nordeste, Sul e Minas Gerais – são regiões que, além de suas belezas naturais e culturais, dependem fortemente do turismo como uma fonte de renda significativa. A pesquisa do Ministério do Turismo revelou que 37% dos brasileiros planejam viajar a lazer, com uma duração média de 10 dias e um gasto médio de R$ 1.877,00 por pessoa. Esses números indicam um movimento significativo de turistas domésticos, que estimulam a economia local, desde pequenos comerciantes até grandes empreendimentos hoteleiros.

A alta temporada exige uma gestão financeira e de marketing eficiente. Tanto pequenos quanto grandes negócios precisam planejar cuidadosamente seus gastos, desde a contratação de pessoal adicional até a compra de suprimentos e a realização de campanhas publicitárias. Para os pequenos negócios, é essencial programar os gastos com antecedência, assegurar que haja fundos suficientes para cobrir todas as despesas e separar um orçamento específico para investir no negócio após a temporada.

A contratação de pessoal temporário deve ser bem planejada, garantindo treinamento adequado e uma integração eficiente à equipe existente. Os grandes empreendimentos, por sua vez, devem manter uma estratégia clara para lidar com os períodos de alta e baixa demanda, utilizando a receita obtida durante a alta temporada para sustentar o negócio durante os meses menos movimentados.

A importância da alta temporada vai além dos números. Ela proporciona visibilidade internacional ao Brasil, fomenta o desenvolvimento de infraestruturas turísticas e impulsiona a inovação e a qualidade dos serviços oferecidos. Pequenos negócios, como pousadas, restaurantes, empresas de passeios turísticos e agências de turismo, se beneficiam grandemente desse aumento na demanda, muitas vezes sendo a alta temporada a principal fonte de receita anual. Grandes empreendimentos, por sua vez, conseguem consolidar sua presença no mercado, oferecendo experiências diferenciadas e atraindo uma clientela diversificada.

Além disso, é fundamental ter um olhar mais atento ao ESG (Environmental, Social, and Governance) no turismo, como reduzir os impactos ambientais causados pelo aumento de visitantes, que frequentemente geram altos volumes de resíduos e consomem intensivamente recursos naturais, afetando diretamente as comunidades locais.

A tecnologia é um grande aliado das empresas, com a possibilidade de agendar passeios e reservas online, os turistas podem planejar suas viagens de forma eficiente e ecologicamente correta, eliminando a necessidade de imprimir comprovantes e bilhetes. Isso não só reduz o consumo de papel, mas também diminui a pegada de carbono associada à produção e ao transporte desses materiais. Além disso, aplicativos e plataformas digitais facilitam o acesso a informações sobre práticas sustentáveis e opções de turismo responsável, incentivando os viajantes a adotarem comportamentos mais conscientes e a optarem por destinos e serviços que priorizam a preservação ambiental – assim como a mymento, que tem uma robusta plataforma de reservas turísticas conectando viajantes a passeios em todas as regiões do país.

Para que o segmento encontre crescimento sustentável e de longo prazo é necessário que haja investimentos em infraestrutura, capacitação de mão de obra e promoção de boas práticas sustentáveis para garantir que o turismo continue a ser uma fonte de desenvolvimento econômico e social a longo prazo. Ações coordenadas entre governo, setor privado e comunidades locais são necessárias para preservar os destinos turísticos e assegurar que o impacto econômico positivo se estenda por todo o ano, desta forma o Brasil vai conseguir se manter como um destino relevante no turismo global.

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