Andrea Nakane, diretora da Mestres da Hospitalidade, fala ao DIÁRIO

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Com uma formação multidisciplinar – bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas; especialista em Marketing pela Escola Superior de Marketing (RJ) e em Administração e Organização de Eventos pelo Senac (SP), além de especialista em Educação no Ensino Superior e mestre em Hospitalidade, ambos pela Universidade Anhembi Morumbi (SP) Andrea Nakane é também diretora da Mestres da Hospitalidade – dedicada à organização de eventos. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Paulo Atzingen, Andrea Nakane fala sobre o seu curso "Segurança em Eventos", que ganhou projeção nacional e será ministrado no  Rio de Janeiro (dias 25 e 25 de julho), em São Luis do Maranhão (dias 21 e 22 de agosto) e em Fortaleza (dias 27 e 28 de agosto). 

Andréa Nakane tem 23 anos de experiência profissional acumulada nas áreas de hotelaria, turismo, indústria e educação. Como professora, atuou por 19 anos no ensino superior, integrando o corpo docente de diversas instituições, como Centro Universitário da Cidade (RJ), Fundação Getúlio Vargas (RJ) e Senac (SP).Atualmente coordena o curso de Turismo da Universidade Anhembi Morumbi e São Paulo e é sócia-diretora da empresa Mestres da Hospitalidade.

DIÁRIO – De 24 a 25 deste mês a Mestres da Hospitalidade realiza  um curso de capacitação com o tema ‘Segurança em eventos’. Este curso é resultado do seu livro "Segurança em Eventos: Não dá para ficar sem"?

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ANDREA NAKANE – Isso mesmo. O curso surgiu justamente do livro, que é uma publicação que veio atender uma demanda existente do mercado. A área de eventos é um meio extremamente competitivo e uma das mais importantes para o turismo não só nacional como também internacional, e a ‘segurança’ é uma das áreas que às vezes ficava de lado, ou então era a primeira que sofria cortes, principalmente em função de custos.

Eu comecei então a reunir todo material do livro que demandou dez anos de pesquisa profunda e experiência, o que torna um material único, dentro deste mercado, e a partir do livro surgiu então a necessidade e até mesmo o ‘pleito’ das pessoas para que eu transformasse as informações em um curso prático e rápido.

O curso terá 16 horas com o objetivo de trabalhar as premissas principais das variáveis de segurança em eventos. As pessoas acham que falar sobre segurança em eventos é falar dela apenas quando acontece um ‘incêndio’; e a imagem que vem na cabeça das pessoas é justamente o homem alto, forte, encorpado, cara amarrada, vestido terno preto, cheio de bíceps e tudo isso…  segurança abrange muito mais do que essa imagem.

DIÁRIO – Quais são essas abrangências?

ANDREA NAKANE – Existem questões relacionadas à alimentação, perfil do público, bebidas alcoólicas, entorpecentes, penetras – que hoje é considerado como uma das variáveis mais perigosas, pois você acaba perdendo o controle de quem está participando do seu evento. Estes penetras podem ser pessoas com má intenção que querem furtar, roubar ou até cometer outros atos criminais, por isso se deve tomar muito cuidado.

As pessoas costumam banalizar a questão: ‘Começam a rir e dizer: ‘ Faz parte um evento ter penetra’. Mas não faz parte, é necessário zelar por todo o projeto e patrimônio. É preciso ter normas preventivas com relação a uma necessidade de você conseguir mobilizar as pessoas. Isso tudo está inserido no quesito segurança, e as pessoas não enxergam, nem como convidado e nem os próprios organizadores, na maioria das vezes.

DIÁRIO – Seu livro aborda todas essas questões?

ANDREA NAKANE – Sim, o livro tem servido para mudarmos uma cultura que hoje em eventos é uma cultura de segurança reativa. ‘O que queremos é uma ação preventiva porque hoje o que existe é que só tomamos medidas quando acontece algo. A ideia é mudar esta percepção, que se passe a trabalhar dentro de um cenário que já foi ajustado e alinhado para que nada aconteça, mas mesmo assim ainda pode acontecer ‘incidentes’ e não acidentes’, por que você trabalhou o ambiente e o cenário que minimizasse qualquer situação’.

Segurança em eventos: muito mais que esta imagem

DIÁRIO – A senhora aprovou as medidas que a FIFA adotou para realizar a Copa do Mundo no Brasil?

ANDREA NAKANE – Com certeza. É interessante pois no quesito espaço físico, é um legado que nós não podemos deixar de comentar, pois o tão famoso ‘PADRÃO FIFA” como ficou conhecido, é um padrão onde a qualidade e a segurança estão no topo.

Isso é algo interessante para dar continuidade (se perpetue) e que não vá embora com os jogos. É uma maneira de trabalhar com a prevenção e não uma reação.  A questão dos assentos dos estádios que foram feitos com materiais que ao invés de expandir o fogo, eles deixam o fogo controlado, os nossos estádios não tinham isso, e porque será que não tinham? Será que só o evento da FIFA merece este tipo de padrão?

Não, é um padrão que é único. No Brasil, infelizmente, as normas legislação não são unificadas, não há uma legislação universal e cada Estado tem a sua própria autonomia para ter e criar normas e leis específicas para a questão de segurança e em eventos também, e isso é um problema. São Paulo tem a legislação mais adequada e vigorosa, mas quando se faz um evento em outro Estado se diz: ‘Não é assim lá? então não vou fazer’ Por que isso acontece?  A vida de um paulista é superior à vida de um baiano, de um cearense? Não, então esta é uma questão que precisa ser bastante discutida. A aplicação das leis, que muitas vezes não são fiscalizadas, não é cumprida.

DIÁRIO – Voltando a falar sobre o curso, a quem ele se destina?

ANDREA NAKANE – Sim, divididos em oito horas cada. O curso tem tomado projeção nacional. O público alvo são para organizadores de eventos, cadeia produtiva do turismo (hotéis, serviço de buffet), shopping center, clubes, convention bureau (como o Rio que é apoiador) e Abeoc (Rio) que apoiam o curso assim como o DIÀRIO.

Ele já tomou projeção nacional e acontece no Rio de Janeiro (dias 25 e 25 de julho), em São Luis do Maranhão (dias 21 e 22 de agosto) e em Fortaleza (dias 27 e 28 de agosto). 

DIÁRIO – Comente um exemplo de segurança em evento corporativo.

ANDREA NAKANE – Ano passado, no Complexo Sauípe uma grande instituição bancária realizava sua convenção de vendas. Durante a montagem, houve problemas com a tenda que desmontou (caiu e teve inclusive óbito entre os colaboradores). Isso mostra a importância de trabalhar a segurança durante a montagem de um evento também, com proteção de equipamentos individuais.

DIÁRIO – E existe também a segurança alimentar…

ANDREA NAKANE – Também é variável. Existe muito modismo que não se adequa ao público. ‘ Não adianta servir caviar se o público prefere feijão com arroz’. Temos que ter a sensibilidade, ao contrário se cai de novo na questão do ‘mal-estar’ e segurança em eventos trabalha justamente em prol do bem-estar integrado, preservação física, moral e emocional.

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