Árvore centenária é atração em Porto de Galinhas

Continua depois da publicidade

(Edição do DT com agências)

“Conta-se que, na África, nos prenúncios da página mais sombria da história da humanidade – a escravidão humana –, um velho sacerdote tribal da aldeia Diola, muito venerado no Senegal, já no seu leito de morte, teria reunido na concha das mãos um punhado de sementes de baobás e as distribuído sob severas recomendações: Plantem!”. O trecho extraído da obra “Pernambuco, Jardim de Baobás”, dos autores Antônio Campos e Marcus Prado, remonta à origem da árvore africana que, ao chegar ao Brasil pelas mãos dos negros escravizados, encontrou terreno fértil para se proliferar em quase todo nordeste brasileiro.

Em Pernambuco, ela é a árvore-símbolo do município do Ipojuca, que concentra a maior quantidade do espécime nativo já catalogado em todo território nacional.

Veja também as mais lidas do DT

Na Rua do Colégio, no distrito de Nossa Senhora do Ó, a 11 km de Porto de Galinhas, está a maior espécime da região – com aproximadamente 400 anos e 4,5 metros de diâmetro em seu tronco. O baobá desenvolve-se em zonas sazonalmente áridas e pode atingir a idade avançada de 6 mil anos. Usada em cultos religiosos afrobrasileiros, a árvore é considerada sagrada e o seu corte é proibido.

O Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau apoia o governo do Estado de Pernambuco na preservação do baobá. “É um patrimônio histórico e um dos símbolos que realça a exuberância de nossa flora, capaz de cativar visitantes de todo o Brasil e também do Exterior”, comenta o presidente da entidade, Otaviano Maroja.

A Universidade Federal de Pernambuco, inclusive, está preparando um documentário sobre a história dos baobás. A produção vai abordar, entre outros aspectos, as quatro maiores espécies presentes no Ipojuca – em Nossa Senhora do Ó (um dos primeiros fora da África), na fazenda Gameleira, no Engenho Mercês (com uma cavidade em seu tronco, característica rara) e na então casa de Frederico Burle, hoje transformada em um empreendimento hoteleiro. O engenho, aliás, hospedou o imperador Dom Pedro II, entre os dias 10 e 11 de dezembro de 1859.

Além da grande beleza, os baobás fornecem alimento, água e matéria-prima para roupas, medicamentos, enfeites e doces. O caule gigantesco tem a capacidade de armazenar até 120 mil litros de água. As folhas, as cascas e os frutos foram constantemente usados na alimentação e na medicina popular africana. A polpa do fruto, por exemplo, era aplicada como antitérmico, analgésico e anti-inflamatório.

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade