Redação do DT
A Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ), elaborou uma carta, acrescida de um dossiê, e convocou as principais entidades e órgão oficiais do turismo e se manifestarem contra a nova taxa adicional que será cobrada das armadoras que atracarem fora da área de arrendamento do Píer Mauá, a partir da temporada 2016/2017. A nova taxa está prevista na Resolução nº 4.367 (Tabela III – item 2.10), publicada no dia 25 de setembro de 2015, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviário (ANTAQ), vinculada à Secretaria de Portos da Presidência da República. (LEIA A CARTA AQUI)
Na nova taxa, que já está em vigor, será cobrado o valor de R$ 30,87 por passageiro que estiver embarcando ou desembarcando, e de R$ 22,45 por passageiro que estiver em trânsito. A taxa será cobrada também dos tripulantes, fato este que não ocorre em nenhum outro lugar do mundo. A respeito da iniciativa, o DIÁRIO entrevistou a presidente da Associação de Agências de Viagens do Rio, Teresa Cristina Fritsch que encabeça o manifesto. Confira:
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DIÁRIO – A respeito do manifesto que você tem promovido convocando os setores do turismo. Estes estarão sensíveis ao pleito? É o momento adequado?
TERESA FRITSCH – É mais do que o momento adequado. Hoje existe uma aproximação muito grande da ABAV com outras associações a nível estadual e municipal. Já conversei com todos e todos estão prontos para começar. Mandamos um dossiê para cada uma dessas entidades para que todos se manifestem junto à Secretaria de Portos e à Agência Nacional de Transportes Aquaviário (ANTAQ) para que possamos reverter essa resolução.
DIÁRIO – Esta taxa é abusiva?
TERESA FRITSCH – Essa taxa é totalmente inadequada, afinal, já existem muitas; o Pier Mauá já paga taxas, esta é uma taxa extra que está sendo cobrada. Totalmente inadequada, em um momento sensível para o turismo do Rio de Janeiro, sobretudo para o turismo de cruzeiros, e estamos perdendo navios para outros países, não só o Rio de Janeiro, mas o Brasil. (Os números de) Cruzeiros crescem assustadoramente no mundo e no Brasil perdemos 65% de navios de 2011 até este ano. Isto é bem significativo e esperamos conseguir que eles sejam sensíveis à nossa solicitação.
Estamos falando de uma indústria consolidada que cresce no mundo inteiro, mas que vai definhando aqui no Rio de Janeiro
DIÁRIO – A Abremar também está sendo convocada?
TERESA FRITSCH – Com certeza. A Abremar, desde fevereiro, já está em contato com as entidades envolvidas e ninguém melhor do que a CLIA Abremar para nos fornecer dados e informações do segmento aqui no Brasil. Estamos falando de uma indústria consolidada que cresce no mundo inteiro, mas que vai definhando aqui no Rio de Janeiro. Consideremos que temos, hoje, segundo a CLIA, 24 milhões de cruzeiristas, cruzeiros marítimos têm crescido assustadoramente no mundo inteiro. A América do Sul inteira, não só o Brasil, tem apenas 2,7% deste mercado.
DIÁRIO – Recentemente publicamos um entrevista com a empresa de praticagem de São Paulo e ela contestava o presidente da Abremar, colocando a extensa relação de fatores que fazem com que os cruzeiros marítimos no Brasil. A empresa de praticagem defende que seus custos não são o “x” da questão. Como é a relação dos práticos com os cruzeiros no Rio de Janeiro?
TERESA FRITSCH – A CLIA se posicionou muito bem. Concordo plenamente com o que o nosso amigo Marco Ferraz falou, a mim dá a impressão que tudo o que envolve turismo, principalmente na nossa cidade, tenta-se tirar mais dinheiro. Acho que deveríamos baixar os valores para trazermos mais turistas, afinal de contas todo mundo ganha, ganha a hotelaria, ganha o comércio, ganha a prefeitura, ganha o estado. Percebemos aquela ganância de tirar o dinheiro do passageiro. O turista tem que sair daqui e, lá fora, dizer que isto aqui [Rio de Janeiro] é muito bom, porque a repercussão positiva de um turista na nossa cidade traz muitos benefícios para todos. Essa é a melhor propaganda para o turista de nossa cidade e de nosso país. Tentaremos modificar esta resolução. Ela já é uma resolução duplicada no Diário Oficial, mas pode ser modificada.