O 737-800 NG da Boeing que caiu na China nesta segunda-feira (21) é considerado um dos aviões mais seguros já fabricados.
Bloomberg
Com 132 pessoas a bordo, o jato operado pela China Eastern Airlines saiu de Kunming, na província de Yunnan, em direção ao polo industrial de Guangzhou. Segundo a Flightradar24, a aeronave caiu rapidamente quando estava em altitude de cruzeiro.
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“O 737 NG está em operação há 25 anos e tem excelente histórico de segurança”, disse Paul Hayes, diretor de segurança e seguro da Cirium. “Não vou especular sobre o que aconteceu, mas se os registros do Flightradar24 forem precisos, parece ter acontecido algo abruptamente e a parte frontal do avião mergulhou a partir da altitude de cruzeiro.”
O mais recente acidente fatal de um 737-800 antes de segunda-feira ocorreu em agosto de 2020, quando um voo da Air India Express saiu da pista em Kozhikode, matando 21 pessoas. Uma investigação atribuiu a culpa ao piloto.
O avião com número de voo MU5735 da China Eastern desabou quase 8 mil metros em 2 minutos e meio, de acordo com dados da Flightradar24. A aeronave permaneceu na velocidade de cruzeiro de 842 quilômetros por hora até 19 segundos antes que a coleta de dados fosse interrompida.
Pelos cálculos da Airsafe.com, que monitora a segurança da aviação, modelos NG tiveram apenas 0,07 acidente fatal por milhão de voos até 2019. Esse resultado coloca o modelo em um grupo seleto que inclui o Boeing 747-400 e o principal concorrente do 737, a família Airbus SE A320.
O 737 Max tinha sido lançado há menos de dois anos quando foi impedido de voar no mundo inteiro, em março de 2019, após dois acidentes que mataram 346 pessoas. A China foi o primeiro país a proibir o funcionamento do avião. O modelo foi ajustado e recebeu nova certificação na China em dezembro, mas ainda não foi usado em voos comerciais.
“O NG é uma aeronave completamente diferente do 737 Max, que acaba de passar por um rigoroso processo de recertificação”, disse o analista John Strickland, especializado na indústria aeroespacial. “Não acho que o acidente de hoje terá qualquer influência quanto ao Max voltar a operar na China.”
“Estamos cientes dos relatos iniciais na mídia e estamos trabalhando para coletar mais informações”, afirmou a Boeing em comunicado.