Em 2024, o Brasil tornou-se o quarto maior mercado de voos domésticos do mundo, representando 1,2% do total global, com aumento de demanda e elevação no ranking global, atrás de Estados Unidos (15%) e China (11%). As informações são da Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos).
A recuperação do número de passageiros acompanha o ritmo dos líderes globais, com o mercado brasileiro crescendo 6,6% até julho, superando a média global de 5,6%. Até este período, foram transportados 44 milhões de passageiros em voos domésticos. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, em setembro, o setor aéreo no Brasil registrou recorde, movimentando quase 10 milhões de passageiros em voos nacionais e internacionais, um crescimento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2023. Em voos nacionais, o volume subiu 4,3%, totalizando 7,9 milhões de passageiros, o maior número para o mês desde 2000, conforme dados da Anac.
A demanda doméstica já recuperou 99% do nível pré-pandemia (2019), de acordo com a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Contudo, o setor enfrenta limitações de crescimento devido a dívidas acumuladas durante a pandemia e custos elevados. Em 2020, o número de passageiros caiu 54,05%, de 93,8 milhões para 43,1 milhões, marcando a maior retração desde os anos 1990, com uma queda de 93% logo após os primeiros meses de 2020.
Com a recuperação, o setor evita previsões de preços de passagens para o fim de 2024 e 2025, já que fatores como a variação do dólar e do petróleo – que compõe 36% dos custos operacionais – exercem forte influência. Empresas como Azul, Gol e Latam afirmam que os preços são influenciados por variáveis como combustível, câmbio, demanda e características da rota.
A alta na demanda também se deve ao interesse por destinos emergentes, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, onde estados como Pará, Ceará e Pernambuco lideram a ampliação de oferta de assentos. Em 2024, o Pará registrou um aumento de 17% na oferta de assentos comparado ao ano anterior, segundo a ForwardKeys.
Perfil do passageiro mudou
O perfil do passageiro brasileiro mudou, com maior flexibilidade em cancelamentos e alterações atendendo à demanda de clientes por maior liberdade de escolha. Além disso, o setor de infraestrutura aérea cresceu 6% em relação ao período pré-pandemia. Contudo, especialistas alertam que o desenvolvimento da infraestrutura ainda é insuficiente para acompanhar o crescimento da demanda por voos domésticos.
Mercado de Aviação no Brasil (Passageiros Transportados em Voos Domésticos)
- 2019: 93,8 milhões
- 2020: 43,1 milhões
- 2021: 62,2 milhões
- 2022: 82 milhões
REDAÇÃO DO DT com informações da IATA