Carnaval bem editado – por Paulo Atzingen*

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Que edição cuidadosa! Que metalinguagem da arte costurada com o fio de ouro da poesia e da boa prosa!

Às vésperas da multimídia apoteótica trioeletrizante carnavalbrasis- receber e ler a edição 6a.da Paleta é ter um respiro, é sair à tona pra respirar desse afogamento midiatico, supérfluo, carnavalizante do que se entende por comunicação.

Todos agora são comunicadores, editores, produtores de conteúdo (ohh), influencers, e se até um tempo atrás tinha pena do amolador de facas, do alfaiate, do sapateiro e do agente de viagem que estavam sendo engolidos pela onda descomunal da praticidade, hoje sinto compaixão dos verdadeiros editores, artistas, poetas, ilustradores, pintores que estão sendo extintos do mapa pela guilhotina da supercialidade, pela forca da pressa, pela cadeira elétrica da falta de tempo.

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Há uma falta de tempo para construir uma frase bem feita, acrescida de um verbo bem colocado e um substantivo preciso e forte como uma árvore na primavera. Há uma falta tempo para encharcar o pincel de tinta e trabalhar a perspectiva de um amanhecer. Há uma falta de tempo para observar o voo do pássaro e representar esse voo em um verso leve e fluido. Falta tempo para respirar.

Só que hoje não! Para mim, ao menos! Coloquei o nariz pra fora e respirei as páginas da 6a. edição da revista Paleta.

São artigos, poemas, resenhas, crônicas, fotos, desenhos e pinturas distribuída (os) nas 54 páginas como se fossem um manifesto para o bom gosto, para a pureza e para a esperança. A arte tem um enigma difícil de explicar. Tem que sentir.

Nela encontro duas páginas com meus amigos potiguares. Socorro Evangelista, a poetiza e Caius Marcelus o professor de história de Natal! Eles se manifestam ali! Cada um a sua maneira! Assim como o trovão e o relâmpago são fenômenos que andam juntos e nunca se desgrudam, assim são as amizades que são forjadas por meio da arte, são fenômenos indissolúveis! Que bom encontrá-los amigos, no coração da Paleta!

O editor da revista Alfredo Neves escreve no editorial:

“A arte é uma espécie de ruptura permanente, é como se fosse o carnaval das técnicas, estéticas do mundo das artes visuais, a Paleta chega com espaços de matizes e gêneros diversos, páginas com percepções convidativas para a análise e reflexão sobre o mundo, da literatura e das artes plásticas”.

É isso mesmo Alfredo! A arte é um corte em tudo o que é linear, obscuro e monocromático! A arte é um carnaval minimalista que cabe dentro de uma avenida ou dentro de uma caixa de fósforos. A arte cabe numa Paleta!

LEIA aqui a revista!


*Paulo Atzingen é editor e fundador do DIÁRIO DO TURISMO 

São Paulo, sexta-feira de Carnaval, 19hs

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