Segundo Guelfi, para algumas viagens, como aos Estados Unidos, onde os serviços médicos são caros, contar só com o cartão de crédito não vale a pena
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Nem sempre usar o seguro-viagem embutido no cartão de crédito vale a pena. O benefício incluído em algumas categorias de cartões pode representar alguma economia, no entanto pode oferecer cobertura insuficiente, dependendo dos planos do viajante. Em entrevista exclusiva concedida ao DIÁRIO, o presidente da Global Travel Assistance (GTA), Celso Guelfi desmistificou a ideia de que o seguro-viagem ou assistência embutidos no cartão de crédito é vantajosa para o viajante. Segundo ele, para algumas viagens, como aos Estados Unidos, onde os serviços médicos são caros, contar só com o cartão de crédito não vale a pena.
“O seguro que vem incluso no cartão de crédito é limitado. E tem uma limitação, e nem sempre essa limitação vale pra onde você vai. Nos Estados Unidos, hoje, por exemplo, a medicina é muito cara, então não adianta você ter uma cobertura de dez, oito, dez mil dólares porque lá, se você tiver, você precisaria de um cartão mais robusto, e ele limita”, explica o executivo.
Algumas Coberturas
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Nos cartões Mastercard, o benefício é válido apenas para as categorias Platinum e Black, cujos usuários têm direito a despesas médicas pagas no valor até US$ 25 mil por pessoa, remoção médica de emergência até US$ 50 mil e repatriação de restos mortais de até US$ 25 mil. Nos cartões Visa, a categoria Platinum dá direito a cobertura de até US$ 50 mil em assistência médica e até US$ 100 mil em internação, remoção de corpo ou retorno antecipado. Na categoria Infinite, esses valores são de US$ 100 mil, para as duas situações. Para quem viaja para os países Schengen, na Europa, as empresas oferecem cobertura de até € 30 mil.
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Ainda segundo Guelfi, é muito arriscado contar apenas com o cartão de crédito em qualquer viagem. “Quando se utiliza esse processo utilizando-se o cartão, você recebe, posteriormente um reembolso. Nesses casos há o risco de estrangular o limite de um cliente que esteja viajando com uma doença, por exemplo. Usando a totalidade do crédito não se tem mais crédito para fazer outras coisas”, explica.
Guelfi acrescenta que o sistema a Global Travel Assistance trabalha é totalmente diferente: “em 98% dos nossos casos o viajante tem um atendimento in loco, nós prestamos o atendimento e ele não paga a conta, nós é que assumimos a conta da seguradora sobre os gastos que foram necessários”, explica. Além disso, lembra ele, que toda vez que se vai viajar é necessário ligar para o banco e avisar para onde você vai. “Você tem que pedir pra ele (o banco ou o cartão de crédito) te mandar as condições gerais, dependendo do lugar, por exemplo, a Europa, você tem que ter planos que cobrem acima de 30 mil euros, pelo tratado de Schengen, e nem todas as cobertura de cartão te dão isso”. Além disso, conclui Celso, na Europa o viajante tem que entrar com a cobertura na mão, ou seja, provar que tem seguro. “Não adianta você mostrar o cartão de crédito, tem que mostrar o contrato, se assim for requisitado. Então, essa situação do cartão embutido, do cartão de crédito é limitante”.
Essas e outras questões integram a entrevista completa com Celso Guelfi que o DIÁRIO apresenta, na íntegra, na próxima quarta-feira (10).