Chubut (Argentina) atrai brasileiros dispostos a conhecer novos destinos e aventuras

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Um grupo de jornalistas e operadores de turismo brasileiro esteve na Patagônia argentina para conhecer as atrações e belas paisagens da província de Chubut, ao sul do país. Por uma semana, de 19 a 25 de outubro, os profissionais cumpriram uma programação com dias longos, repletos de atividades e muitas surpresas. Visitaram duas colônias de pinguins-de-magalhães, navegaram em busca das baleias franca austral e se divertiram com as tentativas de fotografar as toninas, animal marinho da família dos golfinhos. Os mais aventureiros (e corajosos) enfrentaram as temperaturas congelantes para mergulhar com leões marinhos. Também visitaram o Museu Paleontológico Egidio Feruglio, onde está o maior fóssil de dinossauro encontrado no mundo – só o fêmur tem quase dois metros e meio… O que talvez tenha deixado o grupo mais estupefato foi o trecho de barco num dos lagos glaciais da Cordilheira dos Andes. O DIÁRIO dividiu esta aventura em duas partes: Na primeira mostra as regiões de Esquel e Trevelin e, na segunda, publicada na semana que vem, Rawson, Trelew e Puerto Madryn.

 Chubut, ao sul da Argentina: avistamento de baleias, pinguins e mergulho com leões-marinhos

ESQUEL – TREVELIN
O conjunto de montanhas, o mais extenso da Terra e presente em quase toda a costa ocidental da América do Sul, delimita a fronteira da Argentina com o Chile e proporciona um dos momentos mais marcantes no roteiro em Chubut. O Parque Nacional de Los Alerces, a 24 quilômetros de Trevelin, com 263 mil hectares, faz parte da Cordilheira. Ele é um dos 44 parques nacionais, com uma política de conservação e preservação bastante rigorosa. Criado em 1937, o objetivo é proteger os bosques de alerces, árvores milenares, com 2.600 anos. Essas espécies, que podem chegar a quatro mil anos, foram declaradas em risco de extinção.

Parque Nacional de Los Alerces: um dos 44 parques nacionais, com uma política de 
conservação e preservação bastante rigorosa

PUMAS

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Para ver de perto os exemplares ainda vivos, o turista pode fazer o Safari Lacustre, que inclui uma navegação nos lagos glaciais. Este é um momento único, para aproveitar a paisagem, sentir o vento no rosto e ouvir o silêncio – isso já faz o passeio valer a pena. Também existe a possibilidade de embarcar no meio do caminho, depois de uma trilha de aproximadamente uma hora e meia, sem grandes dificuldades. Só é preciso ficar atento à presença dos pumas, felino característico do continente americano. O animal adulto pode chegar a cem quilos, crescer pouco mais de meio metro de altura e ficar com quase 2,5 metros de comprimento. Antes de iniciar a trilha, os guias dão as orientações para o caso do grupo se deparar com um deles. Nada que impeça a aventura ou coloque em risco quem quer que seja – basta não desviar o olhar do animal, sacudir os braços acima da cabeça e emitir um som alto, se ele se aproximar.

Placas alertam os visitantes que os pumas podem aparecer

As trilhas na mata durante o inverno ficam comprometidas por causa da neve e podem ser fechadas dependendo das condições climáticas. A navegação, por outro lado, pode ser feita em qualquer período do ano. O parque também oferece outras atividades, como cavalgadas, trekking, pesca e passeios de caiaque, além de hospedagem em cabanas e camping.

SEM FAROFA

Outra grande atração em Esquel é a estação de esqui La Hoya, com neve propícia para a prática do esporte até o início da primavera. No resto do ano, o turista pode desfrutar das trilhas e vistas panorâmicas. De acordo com Claudia Tabares, diretora regional da Secretaria de Turismo e Áreas Patagônicas da província, os brasileiros que escolhem a cidade como destino para o esqui gostam. “Um turista me disse que aqui não tem ‘farofa’”, lembrou, referindo-se ao movimento e agito na vizinha Bariloche. A estação tem recebido constantes investimentos para melhorar a estrutura. A aquisição mais recente foi a cabine com maior capacidade do teleférico que transporta os esquiadores.

 La Trochita, trenzinho histórico com vagões da década de 1920

DE TREM NA PATAGÔNIA

Um passeio muito simpático é a La Trochita, trenzinho histórico com a bitola de 35 – a única no mundo. As locomotivas a vapor Baldwin & Henschel e os vagões são da década de 1920. Hoje a linha é turística, mas por três décadas serviu para escoar a produção da comunidade mapuche. Ao todo, o percurso de El Maitén a Desvío Bruno Thomae tem 50 quilômetros, ida e volta, feito em duas horas e meia. Também é possível fazer o trajeto mais curto, de 20 quilômetros, de Esquel a Nahuel Pan. No verão, a La Trochita sai à noite, mas convém confirmar com antecedência. De cenário, boa parte da paisagem patagônica.

Claudia Tabares destaca que a região de Esquel é familiar, para pessoas que querem conhecer um lugar diferente, cercado de natureza, ter contato direto com a comunidade e ao mesmo tempo sentir-se em casa. Entre as opções de hospedagem estão vários chalés, com quartos, salas e cozinhas equipadas. Alguns oferecem o café da manhã, cobrado à parte, e áreas de socialização, como a copa coletiva.

 Cartão de visita: hospitalidade 

HOSPITALIDADE

Hospitalidade é o que também não falta na vizinha Trevelin. Maura Bianchi é prova da atenção dada ao viajante. Ela administra com o filho Sergio Bianchi a pequena propriedade rural Viñas del Nant y Fall. Há cinco anos começaram o trabalho para o cultivo de uvas – eles querem produzir espumantes em quatro ou cinco anos. Hoje as vinhas têm dois anos e o investimento estimado é de 40 mil dólares. Dona Maura recebe seus hóspedes especiais com bolos, tortas e café, lembrando o carinho de quem chega à casa da vovó. Até que as uvas estejam no ponto, eles tocam o estacionamento para motor home e oferecem a infraestrutura necessária para quem está com o pé na estrada de carro.

Perto dali está uma plantação de tulipas, que tem no início de outubro o ponto alto das flores. Quem quiser conhecer, é só seguir a Ruta 59 para Nant y Fall e parar no quilômetro 50. A visita custa 40 pesos argentinos. Apreciar a beleza das cores e sentir como se tivesse encontrado o fim do arco-íris valem o preço.

Tulipas e a cordilheira: viagem que vale o preço

ESPERANÇA NO VERÃO

Esquel é uma cidade nova, com 107 anos. Está a 70 quilômetros da fronteira com o Chile e também tem forte influência da cultura galesa. Recebe por semana cem voos de Buenos Aires, menos às quartas-feiras. E pensar em ir de avião economiza 600 quilômetros e nove horas de estrada entre Trelew e Esquel. E vale destacar que não há postos de serviço e restaurantes no meio do caminho como tem o Brasil.

A economia gira em torno dos serviços públicos, exportação da carne e couro de cordeiro, comércio – principalmente produções artesanais de chocolate e cerveja – e turismo. Na última temporada de inverno, cerca de 20 mil turistas estiveram em Esquel. No inverno de 2013, o movimento foi maior: 36 mil visitantes. A maioria, 95%, é de argentinos. Na avaliação da diretora da Secretaria de Turismo, a crise econômica no País foi um fator agravante para a baixa procura neste ano. Mas o otimismo é grande: “esperamos crescer 12% no verão 2014/2015”, ressalta Claudia Tabares.

QUEM LEVA
Algumas operadoras brasileiras já oferecem pacotes para a Patagônia argentina. As que participaram da viagem de apresentação da província de Chubut começam a preparar novos produtos, que incluem Esquel e Cordilheira. Aqui estão algumas:

·         Ventura & Aventuras – www.venturas.com.br

·         Forma Family Turismo – www.formafamily.com.br

·         Impacto Turismo – www.impacto.tur.br

LEIA TAMBÉM: Rawson, Trelew e Puerto Madryn: experiências emblemáticas em dose tripla

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O DIÁRIO DO TURISMO
viajou à Argentina a convite do Ministério do Turismo da Província de Chubut.

 

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