De 2015 para 2016, o índice das famílias subiu 18,4%
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de 2016, apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que houve redução de 3,9% no número médio de famílias endividadas em relação a 2015. Apesar de o número de famílias com dívidas ter permanecido abaixo do patamar observado em 2015, os indicadores de inadimplência apresentaram alta no período, principalmente no terceiro trimestre do ano.
A parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso alcançou 23,6%, 18,4% a mais do que o registrado em 2015. Já o total de famílias que não tiveram condições de pagar suas contas em atraso e permaneceram inadimplentes alcançou 8,9%– um aumento de 25,2% em comparação com o ano anterior.
“A queda do nível de endividamento e o aumento da inadimplência foram reflexos da retração da economia doméstica em 2016. A desaceleração do consumo proveniente da piora do mercado de trabalho e das altas taxas de juros ocasionou maior dificuldade às famílias para honrar os seus compromissos no período”, explica a economista da CNC Marianne Hanson.
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Como nos anos anteriores, o cartão de crédito foi o principal responsável pelo endividamento. Em 2016, a modalidade foi o agente de dívida para 77,1% das famílias. O carnê vem em segundo lugar, apontado por 15,4% do público. Com 10,3% de representação, destaca-se o crescimento da participação do crédito pessoal entre os tipos de dívidas mais citados, ao contrário da tendência de redução observada nos últimos três anos de pesquisa, segundo a CNC.
Apesar de a parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas ter permanecido estável no período, com 30,6%, houve piora na percepção das famílias em relação ao seu nível de endividamento. A média anual do percentual de entrevistados que relataram estar muito endividados aumentou de 12,4% em 2015 para 14,3% em 2016.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
Acesse a análise completa e os gráficos da Divisão Econômica da CNC.