Congonhas terá aumento de pousos e decolagens, diz Infraero

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O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, terá um aumento no número de pousos e decolagens, segundo afirmou nesta quinta-feira (28) ao G1 o presidente da Infraero, que administra o aeroporto, Gustavo do Vale. A informação também foi confirmada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Não foi divulgado quando isso ocorrerá.

“O número de pousos e decolagens baixou [em 2007] em razão de toda a comoção que se seguiu ao acidente da TAM. Mas sempre tivemos consciência de que ele era aquém do que o aeroporto poderia proporcionar”, afirmou o presidente da Infraero.

Antes do acidente da TAM, que deixou 199 mortos na maior tragédia da aviação brasileira, até 48 pousos e decolagens por hora eram permitidos em Congonhas. Porém, suspeitas de que esse número era excessivo e poderia ter contribuído para o desastre levaram o governo a reduzí-lo para 34.
Em entrevista ao G1, na manhã desta quinta, Vale afirmou que o teto para essas operações subiria para 38, sendo 34 para aviação comercial (jatos de companhias como Gol e TAM) e 4 para a aviação executiva (pequenos aviões). Posteriormente, a assessoria da Infraero informou que esse número não está confirmado.

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A Anac afirma apenas que o número de novos slots (jargão para horário de pouso e decolagem) a serem distribuídos ainda está sendo estudado pela agência, de acordo com as informações sobre a capacidade do aeroporto prestadas pela Infraero e pelo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão ligado à Aeronáutica, e em conjunto com a Secretaria de Aviação Civil (SAC).

Azul deverá ser a mais beneficiada
A elevação no teto de operações nesse aeroporto era esperada devido à divulgação de uma resolução do Conselho de Aviação Civil, no início de julho, que estabeleceu um novo sistema para redistribuir os slots naquele aeroporto, um dos mais movimentados do país e alvo de grande interesse das companhias aéreas.

Uma das medidas previstas é a entrega de novos slots criados em Congonhas para empresas que tenham hoje, no máximo, 12% desses espaços. E a Azul, que hoje opera ali apenas um voo, aos sábados, deve ser a maior beneficiada.

Atualmente, TAM e Gol predominam no aeroporto de São Paulo, com 48% e 46% dos pousos e decolagens por semana, respectivamente. A Avianca tem 5,3% e a Azul, 0,06%.

“Nós já estamos estabelecendo áreas tanto de check-in, quanto de estacionamento e manutenção de aeronaves, para a Azul, que é a empresa que vai entrar”, disse o presidente da Infraero. Ele informou que, para isso, alguma outra empresa aérea que já atua no aeroporto deve perder parte de seu espaço.
Vale vê benefícios em uma maior presença da Azul. “Tendo mais voos, temos mais receita com [a cobrança de tarifas de] pouso, decolagem e passageiro [tarifa de embarque]. Significa também mais possibilidade para os clientes, mais horários de voos, mais concorrência. E isso é melhor para todo mundo”, disse.

Ele informou ainda que a Infraero planeja uma obra para expandir a área de check-in de Congonhas. O objetivo é estender o prédio por um espaço hoje dedicado a estacionamento de veículos e que é usado por funcionários do aeroporto.

Terceiro aeroporto
Vale disse acreditar que o plano do governo, de autorizar a construção de um terceiro aeroporto para atender a capital paulista, totalmente privado, não deve afetar as receitas da estatal. Além de administrar Congonhas, a Infraero é sócia de empresas privadas nos aeroportos de Guarulhos e Campinas, que podem perder passageiros para o novo terminal.

“Nos próximos 15 anos, será necessário um novo aeroporto em São Paulo [para atender ao aumento da demanda por voos]. Para a aviação executiva já é necessário, pois Congonhas e o Campo de Marte não comportam mais”, disse Vale.

No final de julho, o ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, afirmou que o terceiro aeroporto a ser construído na região metropolitana de São Paulo será totalmente privado. A declaração do ministro foi feita durante encontro do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo.

"Já há vontade expressa pela presidente Dilma [Rousseff] de autorizar um aeroporto totalmente privado. Esse problema nem se coloca", disse o ministro.

Em dezembro de 2013 a presidente anunciou a intenção de conceder a autorização para mais um aeroporto em São Paulo. A região metropolitana tem hoje dois aeroportos – o de Congonhas, na capital, e o de Cumbica, em Guarulhos.

Moreira Franco disse, em julho, que o assunto está sendo discutido pela Casa Civil, e não há previsão de quando será lançado oficialmente o projeto aos investidores. Pela proposta inicial, o aeroporto ficará no município de Caieiras, a 35 quilômetros da capital paulista.

Ele defendeu, no entanto, a necessidade de critérios que garantam uma concorrência justa com os outros aeroportos de São Paulo na disputa por voos.

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