Cuba prepara-se para receber avalanche de turistas americanos

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Diante da previsível chegada de ferrys, cruzeiros e mais companhias aéreas nos próximos meses, Cuba prepara-se para uma avalanche de turistas americanos com projetos de ampliação de portos, aeroportos e vagas em hotéis, mas também com dúvidas sobre se as suas infraestruturas vão suportar essa pressão.

Nos sete primeiros meses do ano, depois do presidente americano ter flexibilizado as restrições às viagens, quase 89 mil americanos viajaram a Cuba, 54% a mais que em 2014, percentagem que pode aumentar ainda mais até ao final do ano.

“No último trimestre pode haver recordes. Haverá embaixada, relações diplomáticas plenas e pode ser que o Congresso americano elimine a proibição dos seus cidadãos viajarem a Cuba”, disse Omar Everleny, do Centro de Estudos Económicos Cubanos.

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O influente Comité de Apropriações do Senado aprovou há algumas semanas o fim da proibição de viagens a Cuba; uma medida que poderia tornar-se realidade antes do fim do ano diante do notável apoio bipartidário.

“Se as visitas de americanos aumentaram tanto só com algumas facilidades, se finalmente for autorizada a sua entrada em Cuba como turistas antes do fim de ano, a avalanche pode ser extraordinária”, comentou Everleny.

O problema é que, pelo menos em Havana, a capacidade hoteleira não é capaz de comportar tamanha afluência de visitantes, razão pela qual a ilha já projeta a construção de novos hotéis na capital, pois os existentes estão sempre cheios, o que não acontecia antes.

Na semana passada, o grupo hoteleiro estatal Gaivota anunciou a construção, junto com a rede francesa Bouygues, de três novos hotéis em Havana Velha, no centro histórico da capital, com o objetivo de posicionar a capital cubana como um dos principais destinos turísticos do Caribe.

Em julho, visitaram a ilha diretores da rede hoteleira americana Marriott, interessados em estabelecer negócios na ilha, onde já estão antecipando contatos para estarem prontos quando o embargo for suspenso.

Até que todos estes projetos saiam do papel, a solução passa pelos alojamentos privados, 19.800 quartos em todo o país, 70% deles concentrados em Havana, já que “muitas cadeias hoteleiras estão a chegar a acordos com essas casas para mandar para ali os turistas quando não tiverem capacidade de recebê-los”, contou Everleny.

“Não se trata apenas de ampliar as vagas hoteleiras, mas de melhorar as instalações e o serviço nos hotéis, já que a maioria não cumpre as expectativas do exigente cliente americano”, ressaltou.

Mas Cuba não prepara só os seus hotéis para o “boom” turístico que se avizinha. Começaram também os trabalhos no antigo porto de Havana para construir um terminal para receber os ferrys da Flórida, que poderão transportar quase mil passageiros diariamente.

Por enquanto, seis empresas já têm autorização nos EUA para oferecer este serviço.

Também está previsto que na primavera de 2016 chegue a Havana o primeiro cruzeiro de grandes dimensões, da empresa Florida Carnival, com capacidade para 710 passageiros, que pode atrair até 37 mil viajantes por ano no seu novo itinerário, entre a República Dominicana e Cuba.

Cuba também iniciou em março os trabalhos de ampliação do aeroporto de Havana, a cargo da empresa brasileira Odebrecht, diante do interesse de várias companhias aéreas dos Estados Unidos de operar voos diretos de Miami, Orlando, Tampa, Nova Iorque, Houston e Nova Orleans.

Todas novas construções e remodelações para dinamizar o turismo na ilha, setor que é a segunda fonte de receita do país com 2,6 mil milhões de dólares em 2014. (EFE)

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