Dano estrutural e acúmulo de gelo: as linhas de investigação do acidente em Vinhedo

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Há duas fortes hipóteses para que o avião da Voepass tenha caído em Vinhedo na última sexta-feira (9), matando 62 pessoas

REDAÇÃO DO DT


O avião turboélice da VoePass, de modelo ATR-72-500, partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando, por volta das 13h20, caiu verticalmente até colidir com o solo no quintal de uma casa em Vinhedo. A aeronave explodiu e pegou fogo, matando os 62 ocupantes. Ninguém no solo se feriu.

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Atualmente, segundo informações da própria empresa, a Voepass conta com uma frota de 15 aeronaves nos modelos ATR-42 e ATR-72 (o modelo que caiu), opera rotas para 26 destinos em todas as regiões país e tem cerca de 1 mil colaboradores. Em 2023, a companhia transportou cerca de 500 mil passageiros.

Danos estruturais e manutenção

Em reportagem do Fantástico deste domingo (11), um cruzamento de dados constatou que a aeronave que caiu enfrentou problemas com ar-condicionado, falha no sistema hidráulico e contato anormal com a pista.

A produção do dominical da Globo apurou em sites de órgãos oficiais e com outras fontes que a aeronave prefixo PS-VPB vinha passando por uma série de paradas para manutenção. Tudo teria começado no dia 11 de março deste ano.

Formação de gelo nas asas

Outro ponto importante a ser analisado é a presença de gelo na rota. Outros pilotos que passaram pelo mesmo trecho naquele dia, enfrentaram esse problema.

As causas do acidente ainda vão ser profundamente investigadas, mas é natural que, no meio aeronáutico, ali entre os pilotos, tenha surgido com força a hipótese de acúmulo de gelo nas asas. primeiro porque o boletim de meteorologia de fato mostrava formação severa de gelo no trajeto.

Aeronave da Voepass
Aeronave do modelo ATR da Voepass (Crédito: Divulgação Voepass)

Outro fator levado em consideração é que, 30 anos atrás, nos Estados Unidos, aconteceu um acidente muito parecido também com um ATR. Segundo a reportagem do Fantástico, o acúmulo de gelo foi suficiente para derrubar a aeronave. Era um avião da American Eagle, que é uma subsidiária da American Airlines para voos mais curtos.

Graças ao que se aprendeu nesse desastre, o sistema inflável passou a ocupar uma área maior das asas. “É tipo uma proteção de borracha, tipo um balão que vai inflando e quebra o gelo. Ele infla e quebra”, explica o ex-piloto de ATR Diego Amaro à Globo.

Conclusão “especulativa”

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Henrique Hacklaender, disse em entrevista ao Jornal da CBN que, neste momento, seria muito especulativo tentar chegar a uma conclusão sobre a queda do avião da VoePass baseado nas paradas para manutenção.

O profissional deu seu parecer após a reportagem do Fantástico, que evidenciou os reparos citados anteriormente nesta matéria do DIÁRIO.

‘Todas as aeronaves, de forma geral, param para fazer manutenções. Isso no meio da aviação acaba sendo, de certa forma, natural. Claro que vai se precisar aprofundar a investigação para tentar entender se esses foram os motivos que puderam trazer o avião a uma queda’.

Avião da Voepass caiu em Vinhedo
Avião da Voepass caiu em Vinhedo (foto: Claudia Vitorino)

Caixas-pretas

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos deve encerrar hoje os trabalhos no local da queda do avião que matou 62 pessoas no interior de São Paulo. O Cenipa recuperou os registros de voz, já extraiu os dados das caixas-pretas e promete divulgar um relatório preliminar sobre as causas do acidente em 30 dias.

“Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros”, explica a FAB.

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