A carta do presidente dos Estados Unidos Barack Obama publicada na edição do dia 19 de dezembro no jornal Granma – o jornal oficial de Cuba – é histórica e demonstra uma forte preocupação dos EUA – sem demagogia – com a situação do povo cubano. O DT estava em Havana no dia em que ambos os presidentes, Raul Castro por Cuba e Barack Obama, pelos EUA, restabeleceram um diálogo interrompido em fevereiro de 1961. A partir dessa aproximação, Washington vai reatar relações diplomáticas com o país socialista, mas o embargo comercial imposto à Cuba, depende ainda de muita discussão e aprovação no Congresso Americano. O DIÁRIO destacou aqui alguns trechos mais importantes das declarações do presidente dos Estados Unidos:
Foco no Cubano – “Os cubanos utilizam um dito relacionado com a vida diária: ‘não é fácil’. Hoje os EUA desejam converter-se em sócios para tornar a vida dos cidadão cubanos comuns sejam um pouco mais fácil, mais livre, mais próspera”.
O discurso do presidente americano é direcionado muito mais ao povo cubano do que ao governo de Cuba e Obama faz uma comparação quase apaixonada entre Miami e Cuba:
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“Milhares de cubanos têm chegado a Miami em aviões e balsas improvisadas, alguns somente com a camisa que levam nos corpos e com a esperança nos corações. Miami é como a capital da América Latina, mas é também uma cidade profundamente norte-americana, um lugar que nos faz lembrar que os ideais valem mais que a cor de nossa pele, ou às circunstancias de nosso nascimento, uma mostra de que o povo cubano pode alcançar com a abertura e assim ser considerado nossa família do sul. Somos todos americanos”, disse em carta publicada na íntegra no Gramna.
A carta apresenta pontos importantes, entre eles o DT destaca:
1. Início imediato de discussões com Cuba para o restabelecimento das relações diplomáticas (que foram interrompidas desde o mês de janeiro de 1961);
2. Restabelecimento de uma embaixada norteamericana em Cuba;
3. Revisão dos termos da lei em que Cuba é designado estado patrocinador do terrorismo;
4. Incrementação das viagens e comércio e ao fluxo de informação entre os EUA e Cuba;
Com essa mudança sugerida pelo presidente Obama será mais fácil para o norte-americano viajar e gastar em Cuba já que poderão utilizar os cartões de crédito e débito na ilha;
5. Aumentar significativamente a quantidade de dinheiro (de remessas) que podem ser enviadas por cubanos que vivem nos Estados Unidos, eliminando os limites até então impostos. A proposta é subir, dos atuais US$ 500 para US$ 2 mil;
6. Facilitar as transações financeiras com a abertura de contas de instituições bancárias de Cuba nos EUA e dos EUA em Cuba; A abertura dos bancos facilitará as exportações e importações entre os países;
7. Autorização e desbloqueio ao fluxo de informação com incremento de conexões de telecomunicações.
Esses são os primeiros passos sugeridos por Obama, como presidente.
O embargo político e econômico é sustentado por uma lei norteamericana que deverá ser discutida no congresso americano nos próximos dois anos.