Às 12:39, o dólar à vista recuava 3,26%, a 5,0405 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda desceu a 5,0170 reais, queda de 3,71%.
Reuters
A moeda norte-americana dava sequência ao movimento da última sessão, quando o dólar spot despencou 3,23%, a 5,2104 reais na venda, maior desvalorização percentual diária desde junho de 2018.
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Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haintong, as oscilações desta quarta-feira refletem o “movimento de redução da aversão a risco no mundo e no Brasil. Nos últimos dias os dados econômicos têm sido positivos, com sinais de retomada das atividades no exterior”.
Há um sentimento de que o pior da crise possa ter passado, com tendência de melhoras na economia global daqui para frente, completou Serrano.
Dados econômicos da China desta quarta-feira mostraram uma recuperação no setor de serviços em maio, enquanto números da zona do euro indicaram que o pior da crise na União Europeia ficou para trás, o que fortalecia as apostas numa retomada econômica nas principais potências mundiais.
Além disso, nos Estados Unidos, o setor privado fechou bem menos vagas de trabalho do que o esperado em maio, com os empregadores demitindo outros 2,76 milhões de trabalhadores, contra expectativa de 9 milhões de perdas de emprego.
O pregão era de dólar fraco no exterior, e peso mexicano e rand sul-africano, dois pares mais próximos do real, operavam em alta contra a moeda norte-americana.
Apesar da queda expressiva do dólar —que já perdeu muito terreno desde que ficou a poucos centavos de superar 6 reais no mês passado—, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante das tensões políticas locais, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial.
O dólar ainda acumula alta nominal de cerca de 25% contra o real no ano de 2020, impulsionado por um cenário de juros baixos e incertezas políticas e econômicas. Há algumas semanas, nesse contexto, a expectativa de boa parte dos mercados era de que a divisa iria superar os 6 reais.
Agora, entre os analistas, uma recuperação definitiva do real é incerta. Para Flávio Serrano, a divisa está voltando ao patamar em que deveria estar, mas citou a imprevisibilidade dos mercados, destacando riscos negativos como a possibilidade de uma segunda onda de contaminações por Covid-19.