Por Cecilia Fazzini
Hoteleiro independente desde os 14 anos, Roberto Bertino, CEO da Hotéis Nobile, protagonista do III Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes, iniciativa da rede, que foi realizado nesta quarta-feira (11), dentro da programação da 57a. edição da Equipotel – feira profissional do setor de hospitalidade que se estende até a próxima sexta-feira (13), no São Paulo EXPO, na capital paulista, é um entusiasta dessa atividade econômica.
Ao falar para uma atenta plateia de profissionais e especialistas da hotelaria, o empresário alertou para a importância de se promover vantagens competitivas de forma disruptiva. Ao citar a Ameris, a soft brand do grupo, lançada há 11 meses e que já conta com a aderência de 150 hotéis e se constitui como a primeira e maior rede de hotéis independentes do Brasil, Bertino mostrou a forma pragmática com que um hotel pode alavancar resultados sem ter que aportar grandes somas e ainda competir, com vantagem, nas categorias midscale ou econômica. Lembrou que os empreendimentos que estão fora do circuito dos grandes conglomerados – de gestão independente – hoje respondem por 87,9% da oferta.
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Confiante na personalidade e força da hotelaria construída com capacidade empreendedora, Bertino – à frente da Nobile que atua como administradora e franqueadora de hotéis e que possui uma carteira de mais de 60 empreendimentos situados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, no Paraguai e Chile -, considera que o êxito dos negócios no setor está em unir forças. Uma das frentes nesse sentido é o compartilhamento da compra – como a opção surgida com o Hotel Shop, da Nobile, plataforma de comercialização de itens que aproxima fornecedores e hotéis. “Calçar os sapatos do dono do hotel”, essa é a métrica do executivo para explicar a forma de atuar com seus parceiros.
Sobre os desafios enfrentados hoje pelo dono de hotel, Bertino afirma que no topo da lista está a dificuldade com o crédito “ainda muito caro no Brasil, você pega prata e deixa ouro empenhado”, segundo ele.
O segundo entrave é a mão-de-obra qualificada porque, segundo o empresário, na hospitalidade as pessoas estão sempre na estratégia do negócio, porque um atendimento realizado com baixa qualidade respinga na reputação do equipamento, fator agravado em tempos de alta velocidade com que a informação se propaga através das redes sociais.
E para completar o tripé, a tributação que “interfere negativamente na agilidade e na competitividade dos empreendimentos, afetando diretamente a lucratividade”, sentencia ele. Outro inimigo apontado por Bertino para a prosperidade dos hotéis com administração independente é o fato de serem conduzidos de forma empírica, além do alto custo de investir em ferramentas de marketing e as comprar realizadas sem poder de barganha. Esse flanco, de acordo com o CEO da Nobile é que explica o espaço das grandes redes na fidelização de clientes.
Minutos antes de conduzir os debates do III Fórum, Bertino disse o evento gera a oportunidade de destacar pontos fracos e tentar torná-los fortaleza para a hotelaria independente.
A internacionalização da Nobile, iniciada no início deste ano, já produz frutos. Bertino assegura que sem qualquer tipo de choque cultural, a rede já expandiu seus negócios, além do território brasileiro, para três novos mercados na América do Sul, com um hotel no Paraguai e dois no Chile e adiantou que a capilaridade da rede no exterior prosseguirá como novos mercados em seu radar sendo prospectados, a partir escritório da marca instalado em Montevidéu (Uruguai).
A 57ª Equipotel acontece até esta sexta-feira, 13, no Centro de Convenções São Paulo Expo, das 13h às 21h