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FBHA defende retorno do horário de verão para aquecer turismo, lazer e consumo

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) declarou apoio ao retorno do horário de verão no Brasil, destacando o impacto positivo que a medida pode trazer para o setor de turismo, bares, restaurantes e comércio em geral.

REDAÇÃO DO DIÁRIO com assessorias

Para a entidade, mais do que economizar energia, a proposta contribui para a redistribuição do consumo ao longo do dia, suavizando os picos de demanda e colaborando com o equilíbrio do sistema elétrico nacional.

De acordo com Alexandre Sampaio, presidente da FBHA, o prolongamento da luz natural no fim da tarde favorece a circulação de pessoas após o expediente, o que se traduz em mais movimento nas ruas, aumento do consumo em bares e restaurantes e estímulo às atividades culturais e de lazer. “O horário de verão tem potencial para estimular a economia local e regional, ao ampliar o tempo disponível para o consumo e as atividades sociais”, afirma Sampaio. Segundo ele, esse aumento no fluxo urbano impulsiona diretamente a geração de emprego e renda, além de tornar o ambiente urbano mais dinâmico.

A FBHA também ressalta que o setor de hospedagem e alimentação é particularmente sensível às variações no comportamento de consumo e mobilidade da população. Por isso, políticas públicas que incentivem a permanência das pessoas nos espaços urbanos por mais tempo, com segurança e infraestrutura adequada, são vistas como estratégicas para o fortalecimento da economia.

A discussão sobre o retorno do horário de verão ganha força em meio a preocupações com o fornecimento de energia e à busca por soluções que conciliem sustentabilidade, bem-estar e crescimento econômico. No entanto, o debate também exige uma análise ampla sobre os efeitos da medida.

Histórico do Horário de Verão

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, abrangendo todo o território nacional. Depois de um hiato, foi retomado nos anos 1980, sendo aplicado com frequência nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro decidiu extingui-lo, com base em estudos do Ministério de Minas e Energia que indicavam economia marginal de energia e possíveis impactos negativos à saúde.

Apesar disso, há registros que apontam vantagens concretas. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), por exemplo, mostram que entre 2011 e 2012, a medida permitiu uma redução de até 4,6% na demanda máxima de energia nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste. Na época, a economia gerada chegou a R$ 160 milhões.

Além do aspecto energético, o horário de verão tem sido valorizado pelo setor de serviços por estender as possibilidades de consumo em horários que, normalmente, seriam menos movimentados. A expectativa é de que, com mais tempo de luz natural, os consumidores se sintam estimulados a sair de casa, contribuindo para o aquecimento da economia urbana.

Alexandre Sampaio é presidente da FBHA – (Crédito da foto: Telmo Ximenes)

Horário de Verão: questões estratégicas

No entanto, a medida também tem seus críticos. Especialistas em saúde apontam que a mudança repentina no relógio biológico pode causar distúrbios no sono, irritabilidade e até aumento temporário de problemas cardiovasculares. Estima-se que o corpo humano possa levar até duas semanas para se adaptar completamente à nova rotina. Além disso, análises internacionais sugerem que os ganhos energéticos são pequenos e, em muitos casos, anulados por um maior uso de ar-condicionado e eletrônicos nas madrugadas.

Mesmo com tais controvérsias, a defesa da FBHA pelo retorno do horário de verão lança luz sobre uma questão estratégica: como aproveitar melhor os recursos disponíveis, fomentar o consumo consciente e, ao mesmo tempo, oferecer mais qualidade de vida e oportunidades econômicas para a população. A medida, se reavaliada com base em dados atualizados e aliada a políticas públicas eficazes, pode voltar a ser uma aliada de peso para o desenvolvimento sustentável dos centros urbanos brasileiros.

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