Por Paulo Atzingen*
“Parauapebas é uma cidade que virou a bola da vez”. Com esse aparente clichê, o presidente do grupo Doispontozero hotéis S.A. Júlio Gavinho justificou a chegada de seu empreendimento à cidade no Sul do Pará, que tem o complexo mineral de Carajás e a Vale do Rio Doce como vizinho e cliente, necessariamente nesta ordem. O hotel Zii, com 113 apartamentos, o primeiro de uma série que serão inaugurados até 2018, foi aberto oficialmente na noite desta quinta-feira (11) e reuniu empresários, parceiros, amigos e jornalistas. O empreendimento já operava em soft opening há três meses.
“Com o grande desenvolvimento da Vale do Rio Doce, Parauapebas virou a cidade do shopping center, do condomínio de luxo, do loteamento, a cidade de investimentos em infraestrutura e as pessoas começaram a dizer assim: não tem hotel, não tem hotel, então resolvemos investir aqui”, disse Julio Gavinho ao DIÁRIO.
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“Hoje posso dizer que metade dos nossos clientes são da Vale e a outra metade são empresas multinacionais que gravitam em torno da produção da mineradora,” afirmou. A população de Parauapebas gira hoje em torno de 200 mil habitantes.
Sobrevoo
Mesmo com a baixa no valor do minério de ferro e alguns reflexos da economia recessiva incidindo sobre o poder de decisão dos investidores, Gavinho acredita que a Vale e toda a cadeia produtiva que envolve a exploração mineral se prepara para grandes investimentos futuros. “Percorri recentemente a região, em um sobrevoo de reconhecimento. É incrível o número de empresas subsidiárias da Vale que atua por aqui. Se traçarmos um raio de 100 quilômetros partindo daqui (de Parauapebas) percebemos que há uma efervescência absurda, seja para ouro, seja para mais minérios de ferro, seja para cobre, a exploração está crescendo enormemente. Quando toda essa estrutura estiver pronta as pessoas virão para cá para trabalhar, sejam engenheiros, sejam técnicos, sejam executivos, sejam gerentes de operação, sejam operários, a procura e a demanda será muito grande”, prognosticou ao DT.
Todo o ciclo
De acordo com Gavinho, todo o processo, desde o estudo de viabilidade econômica até a operação é feita por sua empresa. “Esse hotel custou 22 milhões (de reais). Somos proprietários, desenvolvemos a ideia, nós compramos o terreno, fizemos o projeto, aprovamos o projeto, contratamos a construtora, fazemos o recheio e operamos o hotel depois de pronto”, afirmou.
O executivo lembra que seu grupo comprou em junho do ano passado a rede Arco de hotéis e que as suas 10 unidades estão sendo incorporadas ao portfólio da Doispontocom.
“São hotéis em cidades em franco desenvolvimento e que precisam de empreendimentos que ofereçam atendimento de ponta para executivos ”, afirmou.
Ao todo, a empresa pretende abrir mais 22 unidades com um investimento próprio de R$ 472 milhões.
Zii Parauapebas
Para Erika Naranjo, gerente geral do Zii Parauapebas a proposta das unidades obedecerá um padrão que atenda as necessidades de clientes jovens, antenados, em suas viagens de negócios. “Estamos abrindo uma fronteira oferecendo conexão, praticidade e exclusividade aos nossos clientes”, disse. O hotel tem atualmente uma tarifa em torno de R$ 200,00.
“Nossos hotéis estão sendo construídos sempre próximos a centros comerciais, próximos a shoppings centers. Esta unidade de Parauapebas, por exemplo, fica ao lado do Partage Shopping, o primeiro shopping center da cidade”, afirmou o executivo.
O grupo Doispontozero inaugurará ainda em Alagoinhas (BA), Aparecida de Goiânia (GO), Betim (MG), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Juazeiro (CE), Palmas (To), Pouso Alegre (MG), Rio de Janeiro (RJ), Rondonópolis (MT) e Vitória da Conquista (BA).
* O jornalista Paulo Atzingen viajou a Parauapebas convidado pelo grupo DoispontoZero