Presidente da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas destacou importância de programa de redução de impostos e espera mais opções de voos internacionais
por Bruno Almeida, especial para o DIÁRIO
Após um 2023 com pouco crescimento no número de turistas que estiveram em Porto de Galinhas, praia do município de Ipojuca (PE), a Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas (AHPG) já comemora um verão com hotéis quase lotados e espera um 2024 melhor que o ano anterior. Para isto, o presidente da entidade, Eduardo Lacerda Tiburtius, espera dialogar mais com as companhias aéreas que levam voos ao estado nordestino e também a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), para continuar a recuperação do turismo no litoral pernambucano.
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“2023 foi um ano de estabilização em relação a 2022”, afirma Tiburtius, que estima um crescimento de apenas 1% no número de turistas que visitaram Porto de Galinhas. “Um ano especial de fato, com uma retomada [em relação à época da pandemia de Covid-19] foi 2022, quando a gente teve um crescimento muito robusto em relação a 2019, pré-pandemia”. Para o crescimento no número de turistas que viajam para o distrito voltar a crescer, ele espera que o aeroporto de Recife (PE), que atende Porto de Galinhas, volte a oferecer mais opções de voos internacionais. “Os voos domésticos são muito bons. Mas os da América Latina ainda podem melhorar”, afirma.
Segundo Tiburtius, até 2019, 25% dos turistas em Porto de Galinhas eram de fora do Brasil. Em 2023, o número caiu para 15%. “Nosso principal mercado, de longe, é o argentino, que representa 80% dos turistas internacionais em Porto de Galinhas. Depois vêm Uruguai, Paraguai e Chile. Quando falamos de mercado europeu, destacamos Portugal, com uma participação ainda tímida. Mas antes, em 2019, só a Argentina tinha oito voos semanais direto para Recife. Hoje, são apenas dois e a operação do segundo só começou no dia 4 de janeiro. Passamos 2023 todo com só um voo”. Ainda que Tiburtius entenda a dificuldade das companhias aéreas e a turbulência política em países de América Latina, como a própria Argentina, ele acredita ser necessário ampliar o diálogo com o setor. “Em 2024, vai ser o principal foco de atenção”, pontua.
Perse
Outro desafio de 2024 para Tiburtius é o pedido do setor de turismo para a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Lançada durante a pandemia e com prazo para acabar em 2026, a medida reduziu tributos principalmente para o setor de eventos, e, também, para o turismo. No entanto, o Ministério da Fazenda anunciou o retorno da cobrança de alguns tributos a partir de maio deste ano e uma retomada total para 2025, já que, para a pasta, o setor de eventos já apresentaria firme retomada das atividades.
“Todos se endividaram um pouco na pandemia. O Perse ainda é necessário para manter a saúde dos hotéis”, contesta Tiburtius, que estima 10 mil pessoas com emprego direto ou indireto no turismo de Porto de Galinhas.
“Todos se endividaram um pouco na pandemia. O Perse ainda é necessário para manter a saúde dos hotéis”, contesta Tiburtius, que estima 10 mil pessoas com emprego direto ou indireto no turismo de Porto de Galinhas. Questionado nesta quarta-feira (17) pelo DT se considera estender o benefício, o Ministério da Fazenda ainda não se pronunciou.
Com a questão da ajuda do Ministério da Fazenda para o setor ainda preocupando, um alívio que chegou aos hotéis de Porto de Galinhas foi a alta taxa de ocupação nesta temporada de verão. “Entre janeiro e o Carnaval, já estamos temos entre 85 e 90% [de leitos] ocupados, o que é muito positivo. A alta temporada é muito procurada. A [ocupação da] praia no Réveillon também foi muito boa para a gente”, diz o presidente da AHPG, que espera chegar aos 92% de lotação para o Carnaval.
Atrações
Ao visitar Porto de Galinhas, o turista “precisa conhecer, claro, as piscinas naturais e pode fazer passeios até o Pontal de Maracaípe”. Para Tiburtius, outro destaque que já se consolidou em Porto de Galinhas é o turismo voltado para questões ambientais. “Temos uma biofábrica de corais, com uma startup que promove o replantio de corais de recifes naturais, uma preocupação muito pertinente. O turista mergulha nas piscinas naturais, em uma área destinada para o replantio, e no final ganha um certificado e acompanha o processo de reflorestamento. É um projeto com muita simbiose com o futuro do nosso destino”, completa.
Nova adesão e perspectivas
Tiburtius ainda comemora a ampliação do quadro de associados com a entrada do Samoa Beach Resort, no último ano. Com o novo empreendimento, a entidade soma 10 membros. Lançado em 2018, o Samoa Beach Resort possui 165 apartamentos e instalações que incluem academia, SPA piscinas, quadras poliesportivas e um parque aquático infantil. “Entendemos isso como um reconhecimento do nosso trabalho, porque a Associação promove eventos, promove encontros e rodadas de negócios com os principais operadores nacionais. São várias as oportunidades de ter acesso a atualizações do setor”, explica.
Para o presidente da AHPG, os eventos da Associação caracterizam, ainda, ocasiões para donos de pousadas, a maioria das opções de hospedagem em Porto de Galinha, falarem “diretamente com diretores da CVC, com um representante da Azul Viagens. Então é uma hora de ter contato com todo o trade de pousadeiros”, finaliza.
*Bruno Almeida é jornalista