Encontro dos especialistas fez parte da programação da Arena Conexões, na 62ª edição da feira, em São Paulo
O painel “Inovação: está aberta a todos ou fechada em poucos?” reuniu especialistas em inovação na hotelaria para discutir soluções que aumentem a rentabilidade ao mesmo tempo em que encantam viajantes.
Por Bruno Almeida, colaborador do DIÁRIO
Mediado por Ana Biselli, da Resorts Brasil, o encontro fez parte da programação da Arena Conexões, na 62ª Equipotel, realizada nesta terça-feira (16), e contou com a participação de Gabriela Schwan, da Hospitality Consulting, e Roland de Bonadona, da Bonadona Hotel Consulting (BHC).

Gabriela deu início ao painel comentando como o misto de vivências contribuiu para a fundação da consultoria. Ela citou que sua experiência nos EUA, com o que chamou de “hospitalidade competitiva”, aliada ao tempo em que esteve na Europa, em contato com a “hospitalidade sustentável”, a fez aprender a colocar o cliente no centro da experiência da hotelaria. Segundo ela, no entanto, esse se revela um desafio para mentes inovadoras: “Como entregar rentabilidade para investidores e, ao mesmo tempo, atender gerações muito mais preocupadas com questões sustentáveis, por exemplo?”, questiona.
Entre as respostas apresentadas pela mentora em hospitalidade está o caso de sucesso do empreendimento Swan Generation, hub de hospitalidade que saiu do papel graças a ideias da executiva e que agrupa coworking, coliving, hotelaria e um lobby com eventos. Ela destaca que o ponto do empreendimento em que está localizado o hotel não possui balcão de recepção. “Queria que as pessoas que estão no lobby fossem embaixadoras de hospitalidade para vender todas as camadas de serviço”, diz.

Já Bonadona resgatou a história da hospitalidade e da hotelaria para apresentar insights sobre inovação. Ele usa a palavra “proteção” para se referir ao setor e à relação com viajantes.
“A primeira estrutura de hospitalidade aparece há quase 3 mil anos. Na época, viajantes percorriam em caravanas e precisavam parar à noite em segurança, guardar animais, beber água. Eram fortificações a cada 40 quilômetros para proteger comerciantes. Era uma rede para proteger”, explica.
“Três mil anos depois, a hospitalidade mudou: há uma mistura de viajante, morador e trabalhador. Não precisam mais apenas de um abrigo para dormir duas noites, precisam de algo diferente”, continua Bonadona.

O executivo defende que o uso de elementos tecnológicos novos contribuiu e irá potencializar ainda mais o setor. “A inovação faz com que a gente tenha que se projetar com as mudanças sociais que estão acontecendo e torna a transformação mais rápida e eficiente”, afirma.
Além disso, o fator humano segue relevante. Os palestrantes lembraram como questões simples trazem dores ou vitalidade ao negócio, citando a relação das lideranças com os funcionários como fator decisivo para a promoção do hotel. “Não pode ser uma pessoa que só registra um cartão de crédito, mas uma pessoa que enriquece a experiência do viajante. A hotelaria precisa muito da inovação para transformar”, pontua Bonadona.
Biselli interveio e amarrou o pensamento da dupla: “A gente está competindo pelo investidor e depois pelos talentos, com outros setores produtivos. (…) A gente precisa se unir para buscar soluções e fazer com que investidores tenham os melhores resultados e queiram apoiar nosso setor”, finaliza.