Carina Furlanetto e João Paulo Mileski pretendem por 10 países da América do Sul até 2021
EDIÇÃO DO DIÁRIO COM AGÊNCIAS
Os jornalistas brasileiros Carina Furlanetto e João Paulo Mileski, que estão explorando a América do Sul de carro popular, começaram a desbravar o Chile nesta terça-feira, dia 16. Eles saíram de Bento Gonçalves, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no dia 18 de fevereiro, com o intuito de passar por 10 países a bordo de um Renault Sandero 2014 1.0, com a expedição chamada “Crônicas na Bagagem”.
Eles já passaram pelo Chile, no dia 26 de março, para chegar em Ushuaia. Na ocasião, dormiram em Cerro Sombrero. Agora, pretendem percorrer o país de sul a norte, conhecendo locais como Punta Arenas, Puerto Natales, Torres del Paine, Pucón, Villarrica, Santiago, Antofagasta, Valparaíso, Deserto do Atacama, La Serena, entre outros. A primeira parada será Cerro Sombrero, onde pretendem ficar uma noite antes de seguir a Punta Arenas.
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Ambos são jornalistas e estão escrevendo crônicas sobre as experiências. Para tornar possível a jornada com um orçamento baixo, o casal se auto-desafiou a não pagar por hospedagem nesse primeiro momento, e a meta tem sido cumprida. Até o momento, com 58 dias de expedição, eles passaram 35 noites em casas de pessoas que os acolheram, quatro em campings gratuitos e outras 18 dormindo no próprio carro. Além disso, ficaram nove dias sem banho. “É claro que passar a noite em um carro pequeno, que não está adaptado para ser um motorhome, não é muito confortável, assim como ficar um dia sem banho, mas todo o sacrifício, até agora, está valendo a pena. Mesmo que a expedição esteja apenas no começo, já passamos por tantas experiências que nos fizeram repensar a forma como víamos o mundo e as pessoas”, relata Carina.
Entre as experiências mais marcantes, segundo o casal, está o encontro com o ex-presidente uruguaio, José Mujica; a pinguineira de Cabo dos Bahias; a praia de conchinhas em San Antônio Este; o bosque salinizado em Villa Epecuen; a “colônia” de lobos marinhos de Caleta Olívia; e a Laguna Azul em Rio Gallegos, além das trilhas e dos dias com neve em Ushuaia. “Fora os lugares, fomos tocados pela generosidade das pessoas que cruzaram o nosso caminho. Por duas vezes tivemos problemas com o carro. Primeiro, quando atolamos, o primeiro veículo que passou parou para ajudar, o segundo também. Em poucos minutos estávamos em várias pessoas tentando empurrar. Depois, quando ficamos sem bateria, novamente as pessoas foram muito solidárias. Uma senhora passou de moto, chamou os conhecidos para ajudar e no dia seguinte ainda nos convidou para comer um assado na sua casa. Estávamos tão acostumados com notícias ruins todos os dias nos meios de comunicação que tínhamos um pouco de medo do que encontraríamos, mas essa viagem está nos mostrando que ainda é possível acreditar e confiar nas pessoas”, salienta Mileski.
No Chile, eles destacam a receptividade que já tiveram em Cerro Sombrero e a ansiedade para conhecer a diversidade natural do país. “Cerro Sombrero tem uma estrutura excelente para viajantes, com banheiro com calefação, ducha quente e wi-fi, talvez seja a melhor estrutura grátis que pegamos até o momento na estrada. Estamos muito ansiosos para começar a conhecer o Chile, que tem uma diversidade natural incrível, com neve, deserto, praias. Mais do que isso, esperamos fazer grandes e amigos e trocar experiências com os chilenos”, afirma Carina.
A expedição tem duração estimada de dois anos. Para concretizar e viabilizar o projeto, o casal interrompeu os estudos – Carina cursava Psicologia, e Mileski, Filosofia – alugou o apartamento que possui e vendeu livros, louças, bicicletas, roupas, decoração e tudo o que não seria útil na viagem. A meta é não gastar mais do que R$ 100 por dia. Até aqui, a média é de R$ R$ 95.
O casal compartilha diários, fotos e vídeos das experiências nas redes sociais (Instagram.com/cronicasnabagagem e fb.com/cronicasnabagagem) e no site www.cronicasnabagagem.com. Na volta, eles pretendem escrever um livro com as principais crônicas do projeto.
