Jurandy do Sax freia a banalização da cultura e oferece um mundo à parte, na Paraíba

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Jurandy do Sax não é só o Jurandy do Sax, ele é um manifesto de resistência à banalização da cultura, uma fortaleza diante das bombas midiáticas da superficialidade.

CONSELHO EDITORIAL DO DIÁRIO*

Em um momento de banalização da arte, da cultura e da sensibilidade com a onda de idiotices que o mundo digital tem se transformado, especialmente aqui no Brasil,  o Jurandy do Sax, em Cabedelo, na Paraíba, dá um tapa na superficialidade do mundo e no consumo portátil e digitalizado restrito das pessoas.

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Estamos exagerando? Veja o número de seguidores da influenciadora digital DB, a que se diz advogada, mas preferiu as causas menos complexas, como andar de Lamborghini e se vestir com roupas de grife e bolsas ostentação.  Os números de seguidores dessa senhora, que está sendo acusada de integrar uma quadrilha por crimes de estelionato e lavagem de dinheiro  revelaram outra faceta além da bandidagem digital que prolifera no Brasil de golpe em golpe:  o nível cultural do nosso povo.

Ter 21 milhões de seguidores conquistados principalmente após a morte trágica de seu marido DJ é ter 10% da população brasileira seguindo-a. Sim, segundo o IBGE somos 203 milhões de brasileiros.

Não vamos fazer aqui a relação de influenciadores digitais que estão bombando nas redes sociais considerando o número colossal de seguidores. Não existe país no mundo com tanta gente dopada por banalidades e supercialidades como as que jorram na internet. E agora os jogos!! O estudo Raio X do Investidor Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha revela que cerca de 22 milhões de brasileiros (14% da população) dizem ter feito pelo menos uma ‘bet’ em 2023.

Mas voltemos ao Jurandy, do Sax

Jurandy do Sax
Jurndy do Sax presta um serviço à cultura universal (Crédito: Paulo Atzingen – DT)

Ao voltar à Paraíba, depois de tanto tempo,  finalmente conhecemos Jurandy do Sax. Ele toca Bolero, a célebre obra musical do compositor Maurice Ravel, no pôr do sol na Praia do Jacaré, no encontro do mar com o Rio Paraíba.

Centenas de pessoas, visitantes, turistas, moradores locais se debruçam na amurada do Rio Paraíba, em Cabedelo, para ver e ouvir Jurandy tocar seu saxofone circulando de rabeta entre os barcos – também recheados de gente – especialmente ancorados para ver o espetáculo.

O saxofonista paraibano tornou-se um atrativo turístico emblemático em Cabedelo.

Ele é bacharel em clarinete pela Universidade Federal da Paraíba e esteve em inúmeros projetos antes de seguir em sua jornada solo. Compôs a orquestra da Polícia Militar do Estado, orquestras de frevo, trabalhou com maestros, acompanhou diversos artistas, assim como fez shows em teatros e em bares no exterior.

“Um dia eu me encontrei com o sol. Eu vi um pôr do sol e aquilo me trouxe uma energia diferente. Não sei explicar”, relata em entrevista ao DIÁRIO (Ouça o podcast abaixo, que tem o áudio completo).

Um pouco da história 

Jurandy convenceu a dona do único bar, em 1998, a emprestar o local para lançar seu 1º  disco e durante o lançamento decidiu tocar pela primeira vez o famoso Bolero de Ravel. Um ano depois, no final de 1999, ele arrendou o bar e começou a trabalhá-lo comercialmente. Ao mesmo tempo, passou a tocar todos os dias o Bolero de Ravel no clarinete ou no sax, ajudando a movimentar o público que até então era escasso.

De lá para cá são 25 anos, quase 10 mil apresentações tocando a música que se tornou um ícone da praia do Jacaré.

Obrigado Jurandy!

Jurandy do Sax ao trazer um clássico para os mangues da Paraíba presta um serviço ao Brasil. Jurandy do Sax não é só o Jurandy do Sax, ele é um manifesto de resistência à banalização da cultura, uma fortaleza que resiste com notas musicais disparadas com doses de bom gosto e profundidade diante do ataque midiático das bombas da superficialidade.

Jurandy do Sax
Jurandy do Sax presta um serviço à cultural brasileira e universal bombardeada por superficialidades (Credito: Paulo Atzingen- DT)
*Conselho Editorial do DIÁRIO DO TURISMO 
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