O Lacte 2025 é o maior evento de gestão de viagens e eventos corporativos da América Latina, reunindo executivos, fornecedores e especialistas para impulsionar negócios e inovação no setor. Ao longo de 20 anos, tornou-se um hub estratégico para networking, tendências e soluções que fortalecem a economia corporativa do turismo.
Com impacto direto na infraestrutura, profissionalização e geração de oportunidades, o Lacte minimiza a sazonalidade do mercado e promove conexões essenciais. Em sua 20ª edição, reafirma seu papel como referência em conhecimento e negócios no segmento de viagens e eventos. Confira a entrevista de Luana Nogueira, diretora executiva do Lacte concedida ao jornalista Paulo Atzingen, editor do DIÁRIO.
DIÁRIO – Como a senhora vê a evolução do Lacte nesses 20 anos?
LUANA NOGUEIRA: O Lacte começou pequeno, com uma comunidade muito centralizada de atores do setor de viagens, contando com uma parceria, principalmente com uma organização internacional. Ao longo desses 20 anos, tivemos uma evolução expressiva, tanto em tamanho quanto em formato. Inicialmente, o evento era focado em exposições e na apresentação de novos painéis e palestras, trazendo conhecimento internacional para o Brasil.
Com o tempo, passamos a identificar oportunidades para promover rodadas de negócios. Hoje, além de atrair os buyers – clientes finais interessados em inovações e novos produtos –, também reunimos expositores e patrocinadores que vêm para apresentar suas soluções e gerar mais negócios.
Atualmente, contamos com aproximadamente 84 expositores, patrocinadores e apoiadores, além de mais de 80 sessões de conteúdo, realizadas em áreas abertas ou dentro de comunidades educacionais. Dentro da associação, temos 17 comunidades formadas por gestores e fornecedores, que promovem encontros ao longo do ano para discutir desafios e soluções do mercado.
Essas comunidades são a essência do nosso trabalho. Elas identificam demandas do setor, promovem debates e trazem insights valiosos para o evento. No Lacte, por exemplo, realizamos sessões dinâmicas, como debates ao estilo “palco frente e verso”, onde as melhores ideias são levadas para um espaço especial, o “lounge da resenha”, onde ocorre um fishbowl, trazendo ainda mais perspectivas para os temas abordados.
DIÁRIO – A senhora poderia dizer o valor aproximado de investimento para a realização do Lacte 2025, incluindo aí as parcerias?
LUANA NOGUEIRA: Considerando parcerias e permutas, o custo total do evento gira em torno de R$ 4,5 milhões.
DIÁRIO – A senhora acredita que eventos com o porte do Lacte 2025 podem dispensar patrocínios do dinheiro público?
LUANA NOGUEIRA: O patrocínio é sempre bem-vindo, pois quanto maior o investimento, mais ações e iniciativas podemos desenvolver. Hoje, trabalhamos com uma capacidade limitada dentro da rede privada, pois nosso segmento tem uma rentabilidade reduzida.
A concorrência por verbas de marketing e estratégias promocionais faz com que os patrocinadores precisem dividir seus investimentos entre diversos projetos, tornando a captação de recursos mais desafiadora.
O incentivo público, quando bem direcionado, pode ser muito interessante, pois nosso setor desempenha um papel fundamental no fomento do turismo e dos eventos corporativos. Somos responsáveis por garantir um fluxo contínuo de viagens e eventos ao longo do ano, evitando os impactos da sazonalidade.
Além disso, o investimento público nos permite contribuir com insights e discussões que auxiliam na melhoria da infraestrutura do setor. Muitas vezes, ao nos envolvermos em parcerias institucionais, conseguimos levar ao poder público a visão do que pode ser aprimorado para atender melhor o mercado.
Atualmente, o Lacte é um evento totalmente financiado pela iniciativa privada.
DIÁRIO – Por que vocês mudaram o formato da feira, em especial o posicionamento dos expositores?
LUANA NOGUEIRA: Em edições anteriores, adotamos um modelo de palco 360°, com uma arena central e uma área de exposição circular. No entanto, percebemos a necessidade de promover uma circulação mais fluida entre os participantes e concentrar melhor o público nos corredores.
A mudança no layout foi pensada para separar de maneira mais eficiente os espaços de plenárias e exposições, garantindo uma experiência mais imersiva e alinhada com nossa identidade visual. Além disso, criamos uma estratégia de circulação que evita filas e incentiva os participantes a transitarem por todos os corredores.
Um dos pontos estratégicos foi a disposição das estações de alimentação, distribuídas de maneira equilibrada entre os corredores. Isso faz com que os participantes circulem por toda a feira de forma natural, promovendo maior visibilidade para os expositores. O conceito é o famoso “ver e ser visto”, aplicado com ainda mais efetividade na nova configuração do evento.