Um manifesto virtual que tem à frente o guia de turismo Júlio Vicente defende a reabertura do Museu da Baleia, em Imbituba, Santa Catarina. DIÁRIO participa e apoia.
Por Paulo Atzingen*
“Uma promessa não cumprida pela atual administração pública”. Assim relata o guia de turismo e conselheiro municipal de Turismo do município de Imbituba.
Veja também as mais lidas do DT
De acordo com o profissional, a promessa das autoridades aconteceu no ano de 2016, quando assumiu o atual prefeito da cidade, Rosenvaldo Júnior, reeleito. “Ele prometeu que o Museu da Baleia seria reativado. “Um projeto foi elaborado pela Fundação da Cultura apresentado ao Conselho, mas o projeto não saiu do papel. O museu está deteriorado. Acabou a gestão e iniciou outra e não há nem promessa”, afirma Júlio.
“A ideia do manifesto é esta. Para que ele reabra, para que ele cumpra sua promessa, é inaceitável que um acervo como este seja engolido pelo tempo”, desabafa Júlio.
Júlio é guia credenciado pelo Cadastur e tem capacitação em manejo de trilhas e observação orientada de cetáceos. “Nossa cidade que é Declarada como Capital Nacional da Bahia Franca, e monumento natural do Estado, também por decreto do governo Estadual, é inadmissível que com essas credenciais tenhamos um museu abandonado”, lamenta o guia.
“Semana que vem vamos fazer uma petição pública para o Ministério Público, já que no Brasil as coisas funcionam só na base da pressão”, lamenta.
Dezenas de pessoas apoiam o manifesto, como o ambientalista José Truda Palazzo, um dos fundadores do projeto Baleia Franca, que hoje é um dos diretores do Instituto Baleia Jubarte – IBJ, na praia do Forte, Bahia.
“É um verdadeiro crime contra o patrimônio histórico, contra a memória dos últimos baleeiros de Imbituba que nos ajudaram a estruturar o Museu, e contra o Turismo da região. Já está virando escândalo internacional. Será que NENHUMA autoridade de Imbituba vai se responsabilizar por recuperar esse patrimônio único da cidade?”, afirma em rede social José Truda Palazzo Jr, um dos fundadores do Museu.
Nomes necessários
Júlio não esquece de lembrar que o prefeito da época da inauguração do museu era Osny Souza Filho, o secretário de Turismo era Jorge Zanini e os diretores de turismo eram Paulo Sefton e Romeu Pires. “Paulo esteve à frente da Campanha de Tombamento das ruínas como Patrimônio Histórico, junto com José Truda Palazzo responsável pelo Projeto Baleia Franca da época. Depois Truda e Romeu Pires arrecadaram recursos no meio empresarial e o acervo junto à população. Dessa maneira conseguiram erguer o Museu da Baleia, com o nome Manoel Rosa, uma homenagem a um dos últimos caçadores de Baleias em Imbituba”, relata Júlio Vicente.
Acervo
Vicente ainda enumera parte do acervo do museu que está abandonado. “Autoclaves, chaminés, triturador, guincho que puxava a baleia, ossadas, barbatanas, esqueletos de golfinhos, leão e lobo marinhos, artefatos, lança…. Nas paredes do museu conta-se a história das caças das baleias, uma área com apresentação de vídeo e áudios para visitantes”, descreve.
No último ano de seu funcionamento, em 2015, o museu chegou a receber 2.500 visitantes por mês, entre estudantes, imprensa e turistas.
A caça às baleias é proibida no Brasil desde 1986, acordo mundial firmado entre as nações, mas infelizmente não praticado por muitos países.
O DIÁRIO DO TURISMO integra e apoia esse manifesto!
ASSINE O MANIFESTO!