Rede de hotéis havia se comprometido a eliminar ovos de galinhas confinadas em gaiolas, mas segue sem progresso visível
Agências com Edição do DIÁRIO
A Marriott International, uma das maiores empresas de hotelaria do mundo, enfrenta duras críticas por aparentemente não cumprir sua promessa de adquirir 100% de ovos livres de gaiolas em todo o mundo até o final de 2025. Hoje, a Animal Equality, uma das principais organizações globais de proteção animal, une-se a uma coalizão internacional exigindo que a Marriott preste contas por recuar em seu compromisso com o bem-estar animal.
Em 2018, a Marriott juntou-se a uma crescente lista de empresas que se comprometeram a eliminar o uso de gaiolas para galinhas em suas cadeias globais de fornecimento de ovos. Embora a empresa não tenha revogado oficialmente a política, também não divulgou nenhuma métrica que mostre que está no caminho certo — levantando sérias dúvidas sobre sua intenção de cumprir a promessa.
“Consumidores e defensores dos animais confiaram na palavra da Marriott quando ela prometeu adotar ovos livres de gaiolas globalmente,” disse Sharon Núñez, presidente da Animal Equality. “Mas com 2025 já pela metade e sem nenhuma atualização significativa, exigimos que a Marriott seja transparente e cumpra seu compromisso de acabar com uma das práticas mais cruéis da indústria alimentícia”.

Eliminar essas gaiolas é um padrão mínimo de bem-estar animal
As gaiolas confinam galinhas poedeiras em espaços tão pequenos que elas não conseguem sequer abrir as asas ou expressar comportamentos naturais. Eliminar essas gaiolas é um padrão mínimo de bem-estar animal, e muitas empresas ao redor do mundo já fizeram essa transição ou estão trabalhando ativamente para isso. Vários países, incluindo a União Europeia, e dez estados dos EUA também restringiram ou proibiram essas gaiolas devido aos impactos negativos para o bem-estar animal.
Embora os relatórios públicos mais recentes da Marriott International mencionem gastos com ovos livres de gaiolas, eles não incluem dados essenciais, como a porcentagem da sua cadeia global de fornecimento que já está livre de gaiolas — um indicador fundamental de progresso real. “Assumir um compromisso público e não cumpri-lo é desrespeitoso não só com os milhões de animais que continuam sofrendo em gaiolas, mas também com os consumidores. A Marriott precisa ser transparente e responsável.”, afirmou Carla Lettieri, diretora executiva da Animal Equality Brasil.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Marriott no Brasil e até a publicação deste texto não havia obtido o retorno.
Os grupos de proteção animal exigem que a liderança da Marriott cumpra sua promessa de eliminar 100% das gaiolas para galinhas em todo o mundo até o final deste ano e forneça atualizações transparentes sobre o progresso dessa transição.
Para saber mais e agir, visite o site da campanha da Animal Equality.
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