As companhias aéreas viveram em 2020 o ano mais difícil da história do setor, chegando a reduzir suas operações em 95% em abril, por causa da covid-19. Desde então, as empresas se recuperam gradualmente. Para 2021, a expectativa das empresas é retomar os níveis de operação doméstica de 2019 no primeiro semestre. As aéreas também esperam ver uma reação positiva no preço das ações nos próximos meses, acompanhando a retomada do setor.
As aéreas chegaram a perder mais de 60% do valor de mercado, mas apresentam recuperação parcial no segundo semestre. No acumulado do ano, as ações da Gol acumulam queda de 34,10%, ante alta de 3,01% do Ibovespa. A Azul acumula queda de 35,19% na B3.
A Gol fechou o terceiro trimestre com endividamento líquido de R$ 14,15 bilhões, equivalente a 4 vezes seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
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A Azul fechou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 14,77 bilhões e endividamento igual a 11,3 vezes o seu Ebitda, um risco maior de insolvência em relação à Gol.
A Latam Airlines, em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio, tinha no terceiro trimestre dívida líquida de US$ 9,03 bilhões, equivalente a 15,9 vezes o seu Ebitda. O saldo de caixa e equivalentes de caixa era de US$ 886 milhões em setembro.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) estima que o setor retomará o nível de operação doméstica de 2019 no ano que vem, mas ainda assim, será um ano difícil. “Para a aviação doméstica se recuperar totalmente é preciso que haja uma retomada das viagens corporativas e das atividades do segmento de eventos e feiras. Também é preciso que a população se sinta segura em relação ao controle da covid-19”, diz o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Já o segmento de voos internacionais levará de três a quatro anos para voltar ao nível pré-pandemia. (Valor)