Um novo levantamento nacional revela que as mulheres negras estão à frente da transformação do afroturismo no país. O Mapeamento Nacional do Afroturismo no Brasil, realizado pela Diaspora.Black em parceria com a Embratur e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), mostra que 66,7% das iniciativas do setor são fundadas ou lideradas por mulheres negras.
REDAÇÃO DO DIÁRIO – com assessorias
O dado reflete um avanço histórico: o turismo de matriz africana vem se consolidando como ferramenta de valorização cultural, geração de renda e fortalecimento da identidade afro-brasileira. Segundo o estudo, o segmento cresce rapidamente — 51% das iniciativas têm até cinco anos de existência, sinalizando o surgimento de novos empreendedores e a ampliação de uma rede voltada à cultura e ao pertencimento.
“O protagonismo das mulheres negras é o motor que sustenta o crescimento do afroturismo. São lideranças que unem propósito e profissionalismo, transformando o turismo em uma plataforma de impacto social e econômico”, destaca Carlos Humberto, CEO da Diaspora.Black. “Essas mulheres estão à frente de empreendimentos que geram renda, preservam memórias e promovem narrativas que sempre estiveram à margem do turismo tradicional”, completa.
A pesquisa também indica que 47% das lideranças possuem pós-graduação, o que evidencia a alta qualificação técnica e acadêmica dessas empreendedoras. O perfil revela uma nova geração de gestoras que alia conhecimento formal ao saber comunitário, resultando em maior profissionalização e sustentabilidade do setor.
Outro ponto de destaque é que a maioria das fundadoras também atua diretamente na gestão estratégica dos empreendimentos, ocupando posições de liderança e decisão. Esse protagonismo reforça o papel das mulheres negras como agentes transformadoras de suas comunidades — tanto no aspecto econômico quanto no fortalecimento das identidades culturais.