Nascente Azul, em Bonito, é certificada pelo Instituto Chico Mendes

O primeiro dia em Bonito (MS) não poderia ter sido mais espetacular. Fomos de cara fazer flutuação no complexo de ecoturismo Nascente Azul.

por Paulo Atzingen, de Bonito – MS*

Saímos de Bonito cedinho, percorremos uma rodovia estadual (a MS 178), margeada por longos campos de soja, alguns de milho e em menos de 50 minutos estávamos diante de um paraíso preservado.

O lugar possui um conjunto de atividades que agrada todas as faixas etárias, se adapta a todas as condições físicas (inclusive turismo adaptado) e, principalmente, aumenta a sintonia com a natureza de todo mundo, sem distinção de raça, religião, estado civil, partido político ou opção sexual. A natureza nivela por cima.

E é exatamente por isso que os cuidados ambientais e de sustentabilidade são tão valorizados por aqui. O parque Nascente Azul é um exemplo específico e segue a cartilha de Bonito, considerado o destino mundial do ecoturismo.

“Aqui, na Nascente azul, a gente apresenta a propriedade como um projeto bem resolvido de recuperação ambiental que teve início lá em 2005”, adianta ao DIÁRIO, Carlos Eduardo Trindade, gerente do balneário.

“As principais fontes econômicas da propriedade eram, no passado, psicultura e agropecuária e por práticas arcaicas e falta de conhecimento esse local era degradado, e vinha sofrendo ao longo de muito tempo perdas ambientais”, explica Trindade.

Ele conta que o atual proprietário – que curiosamente tem o mesmo nome e sobrenome dele, Carlos Eduardo Rodrigues -, chegou à região em 2005, adquiriu a área e nela viu um grande potencial de ecoturismo. Em 2008 começou um grande projeto de recuperação.

Selo Verde

“Nós recebemos no final do mês de setembro uma certificação de Selo Verde do Instituto Chico Mendes de Responsabilidade Ambiental, o que nos orgulha. Este selo identifica que as práticas que estamos utilizando aqui estão realmente de acordo com os parâmetros pré-estabelecidos pela Organização das Nações Unidas”, adianta.

Segundo Trindade, várias são essas práticas diárias que justificam o certificado: “Desde a questão da destinação dos resíduos, a sua manipulação, a coleta seletiva, a sinalização educativa, os procedimentos, os processos de conscientização organizacional, tudo isso é verificado”, enumera.

Segundo o gerente, o Instituto Chico Mendes, por meio da técnica em meio ambiente Elisa Kerber Schoenell, tem acompanhado a política de sustentabilidade implantada na Nascente Azul.

A Nascente Azul também tem uma certificação, a ISO21101 –  sistema de segurança de turismo e aventura, certificados pela primeira vez em 2019. “Estamos sempre em evolução. De lá para cá, passamos pela renovação da certificação pela ABNT” resume.

Caminhando bem

Atualmente o Nascente Azul recebe cerca de 5.8 mil visitantes por mês, o que dá, em média, 190 pessoas por dia. “Esses são dados fidedignos oriundos do sistema da Prefeitura Muncipal de Bonito, que emite o voucher e controla a arrecadação fiscal aqui do município”, quantifica o gerente. “São números muito semelhantes aos de 2019, antes da pandemia, estamos bastante otimistas para fechar o ano ainda em níveis melhores, se comparado a outros anos. Estamos caminhando bem”, acrescenta.

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De atividades suaves como flutuação a mais complexas como mergulho com cilindro, o balneário Nascente Azul oferece uma série de atividades, como uma prainha de água doce com serviços de bar e restaurante, tirolesa, trilhas interpretativas e um redário para deixar as preocupações em outro lugar.

Em busca do Azul Nascente

Em Bonito tudo é muito organizado. Turistas que querem visitar algum atrativo, seja parque, cachoeira, caverna, trilha tem que buscar os serviços de uma agência de viagem que irá designar um guia de turismo credenciado. Na flutuação da Nascente Azul quem nos acompanhou foi Greidson Domingues, responsável por essa atividade no balneário.

“Costumo dizer que nós profissionais de turismo de Bonito somos muito chatos quando a questão é segurança e preservação ambiental. Por isso que a gente utiliza todo tipo de recurso e técnica para causar o mínimo de impacto na natureza”, ele explica quase que justificando-se: “Ao fazer flutuação, os movimentos dentro da água não podem ser bruscos pois isso acaba levantando a argila do fundo, não só turvando a água, mas “estressando” os peixinhos”, alerta.

Por todo esse trabalho educacional, os pirapitangas, os curimbatás, os piracamjubas e uma infinidade de peixes agradecem da água.

Já as antas, as cotias, os macacos as seriemas, os lagartos e uma infinidade de bichos agradecem da terra.

Principais ações do Instituto Chico Mendes

O Instituto Chico Mendes desenvolve diversas estratégias por meio da Divisão de Gestão Participativa e Educação Ambiental, que são voltadas, principalmente, para a educação ambiental e comunicação, que se dá através de programas, projetos e ações.

 

O objetivo é estimular e articular juntamente com os gestores federais, estaduais e municipais processos educativos que incluam a sociedade em questões voltadas para a gestão pública da biodiversidade.

Essas ações são importantes para ocorrer a difusão da compreensão do conceito de Unidades de Conservação onde os diversos interesses e conflitos que emergem da sociedade possam se manifestar e resultar na promoção da educação crítica no que se refere às questões ambientais.

SERVIÇO:

NASCENTE AZUL – Bonito-MS / Brasil

Rodovia Bonito Bodoquena Km 22

 +55 67 3255-2297

COMO CHEGAR:

*Paulo Atzingen, jornalista e editor do DIÁRIO DO TURISMO, viajou a convite da Acqua Viagens, Nascente Azul e o hotel Promenade Bonito